candomblé - images cms image 000414397 - Candomblé – Estudo completo

Candomblé

Candomblé é uma palavra derivada da língua bantu: ca [ka]=uso, costume, ndomb=negro, preto e lé=lugar, casa, terreiro e/ou pequeno atabaque.

A reunião dos três vocábulos resulta em “lugar de costume dos negros”, por extensão, lugar de tradições negras, tradições entre as quais, destacam-se, no sentido atual as práticas religiosas que incluem a música percussiva [A TARDE, 1980]. Outra interpretação informa que kandombele significa “adorar” [Ngunz’tala, 2006].

Hoje reconhecido como religião, no passado, o Candomblé teve seus dias de marginalidade. No período do Estado Novo, por exemplo, entre 1937 e 1945, foi proibido por lei, seus adeptos perseguidos e presos pela polícia. Quando se fala em Candomblé um dos aspectos mais destacados é o sincretismo entre religiosidade africana e catolicismo. Todavia, em geral, a tal religiosidade africana é vista como algo monolítico, homogêneo.

Trata-se de uma visão estereotipada da África e de seus povos. O sincretismo do Candomblé, na verdade, tem sua origem na própria África, onde existiu, na época da colonização, e antes, e atualmente, uma enorme diversidade de povos e culturas interagentes. O panteão africano reúne mais de 400 divindades.

No Candomblé, forjado em terras brasileiras, esse panteão, atualmente, é composto de 16 Orixás [ou Òrìsà, em ioruba] principais, numa significativa condensação das forças metafísicas que levou mais de um século para se definir no processo de integração das diferentes nações cujos representantes chegaram ao Brasil durante o período da escravidão. Não obstante, “correndo por fora”, contam-se ainda, outros 14 Orixás reconhecidos em diferentes centros de culto.

Entre as nações que contribuíram na formação do panteão principal relacionam-se: os bantu, nativos de Angola, Moçambique, Congo; Gana, Benin, Nigéria [Ioruba ou Nagôs]; Sudaneses, da Costa do Marfim, os Ewe, muitos, muçulmanos; os Fon e os Ashanti. Todos esses, falando línguas diferentes e cultuando seus próprios deuses.

Liturgia do Candomblé

Apesar das contradições do Candomblé, especialmente no que se refere ao número dos Orixás, a teologia não é complicada: um Deus criador de todas as coisas e deuses menores regentes da Natureza, da personalidade e da vida dos homens. Entretanto, a liturgia ou seja, as práticas rituais, de iniciação, cultos e sobretudo o oráculo, esta liturgia é extremamente complexa.

O Candomblé não é uma religião “caseira”. Um católico, depois de ser catequizado, depois de aprender princípios básicos, pode se sentir perfeitamente livre [apesar das admoestações do vaticano] para dispensar a freqüência às missas, pode rezar o Terço em casa, até acompanhando pela televisão [Rede Vida].

Um muçulmano também: estende seu tapete cinco vezes ao dia para orar voltado para Meca em qualquer lugar. O budista segue o caminho do meio, medita sobre as oito verdades do Buda Sakyamuni e tudo está bem. Os evangélicos, não obstante a insistência dos pastores para que freqüentem a igreja, uma vez que tomam consciência da força da fé em Deus-Jesus Cristo [a técnica] pode igualmente” dar um tempo das reuniões. É verdade que judeus e hinduístas são mais cobrados em suas obrigações religiosas porém nada que se compare à rígida disciplina exigida dos adeptos do Candomblé.

No Candomblé não existe autodidata nem auto-iniciação. Para ser um Filho [a] de Santo um longo tempo de Iniciação é indispensável e se o interessado em Candomblé pretende se utilizar do oráculo africano, o Jogo de Búzios, foco de interesse de muita gente, a religião se mostra ainda mais inacessível. Apesar dos inúmeros oráculos online [softwares, programas] disponíveis na internet; apesar, ainda, de existir até um Tarô do Búzios ou Tarô dos Orixás [Tarô dos Orixás: Senhores do Destino – Editora Palas], inovações recentes, o oráculo afro-brasileiro, o Jogo de Búzios [Ifá], somente é confiável quando “operado” pelas mãos credenciadas dos sacerdotes, o Babalorixá [Pai ou Zelador de Santo] ou Yalorixá [Mãe ou Zeladora de Santo]. Este é um ponto indiscutível entre os especialistas.

Fonte: mortesubita.org

 

Origem no Candomblé

O Candomblé é uma religião com vasta cultura e rica em preceitos.

A origem do Candomblé se deu na cidade de Ife na áfrica o Candomblé é uma religião que teve origem na cidade de Ifè, na África, e foi trazida para o Brasil pelos negros Iorubas.

Seus deuses são bem escolhidos pelos Orixàs para cuidar deles e ajudá-los. Embora sejam consideradas autoridades dentro da roça, não podem ser Mães de Santo, visto que sua função já foi determinada e não há como mudar. A seguir vêm os Ogãs, que tocam os atabaques e ajudam o Pai de santo nos fundamentos da casa; a Ya Bace, que toma conta da cozinha, isto é, de todas as comidas dos Santos; a Ya Efun, dona do efun (pemba), e que está encarregada de pintar os Yaôs (iniciantes que estão recolhidos para fazer o Orixá); e finalmente os filhos de Santos, que são as pessoas que “rasparam o Santo”, ou melhor, raçoaram a cabeça para um Santo a pedido deste.

Às vezes o Santo, ou Orixà, incorpora em determinadas pessoas, mas não há necessidade que haja esta “incorporação” para que uma pessoa raspe o Santo. Se a pessoa deve ou não raspar o Santo só pode se sabido com certeza através do jogo de búzios do Pai ou mãe de santo que, diga-se de passagem, são os únicos que podem jogar búzios.

O Candomblé é uma religião com uma vasta cultura e rica em preceitos. São pouquíssimas as pessoas que realmente a conhecem a fundo. É necessária dedicação e anos de estudo para se chegar a um conhecimento profundo da seita. Seus preceitos são todos os fundamentos e qualquer um pode se dedicar ao seu estudo e desfrutar seus benefícios. Existe muita energia positiva no Candomblé, e o seu culto pode trazer paz e felicidade.

Os Orixás, dos quais somente 16 são cultuados no nosso país. Essú, Ògún, Osossi, Osanyin, Obalúayé, Òsùmàré, Nàná Buruku, Sàngó, Oya, Obá, Ewa, Osun, Yemanjá, LogunEde, Oságuian e Osàlufan.

O Pai ou a mãe de santo é a autoridade máxima dentro do Candomblé. Eles são escolhidos pelos próprios Orixás para que os cultuem na terra. Os Orixás os induzem a isto, fazem com que as pessoas por eles escolhidas sejam naturalmente levadas à religião, até que assumem o cargo para o qual estão destinadas. Uma pessoa não pode optar se quer ou não ser um Pai ou mãe de santo se não acontecer durante sua vida fatos que a levem a isto. São pessoas que de alguma forma são iluminadas pelos Orixàs para que cumpram seu destino.

Os Pais de Santo, normalmente, são donos de uma roça, ou seja, um lugar onde estão plantados todos os axés e no qual os Orixàs são cultuados. Dentro da roça existe o barracão (assim denominado por causa dos negros que antigamente moravam em barracões), que é o lugar em que são feitos os grandes assentamentos (oferendas) para os deuses.

Hierarquicamente, existe, ainda, na roça um pai pequeno ou mãe pequena, que é o braço direito do Pai de santo e é normalmente um filho ou filha da casa.

Depois vem as Ekedes, são mulheres bem escolhidas pelos Orixàs para cuidar deles e ajudá-los. Embora sejam consideradas autoridades dentro da roça, não podem ser Mães de Santo, visto que sua função já foi determinada e não há como mudar.

A seguir vem os Ogâs, que tocam os atabaques e ajudam o Pai de santo nos fundamentos da casa; a Ya Bace, que toma conta da cozinha, isto é, de todas as comidas dos Santos; a Ya Efun, dona do efun (pemba), e que está encarregada de pintar os Yaôs (iniciantes que estão recolhidos para fazer o Orixá); e finalmente os filhos de Santos, que são as pessoas que “rasparam o Santo”, ou melhor, raçoaram a cabeça para um Santo a pedido deste. Às vezes o Santo, ou Orixá, incorpora em determinadas pessoas, mas não há necessidade que haja esta “incorporação” para que uma pessoa raspe o Santo.

Se a pessoa deve ou não raspar o Santo só pode se sabido com certeza através do jogo de búzios do Pai ou mãe de santo que, diga-se de passagem, são os únicos que podem jogar búzios.

O Candomblé é uma religião com uma vasta cultura e rica em preceitos. São pouquíssimas as pessoas que realmente a conhecem a fundo. É necessária muita dedicação e anos de estudo para se chegar a um conhecimento profundo da seita. Seus preceitos são todos os fundamentos e qualquer um pode se dedicar ao seu estudo e desfrutar seus benefícios. Existe muita energia positiva no Candomblé, e o seu culto pode trazer paz e felicidade.

 

ORIGEM DO Candomblé: IFÉ

A antiga cidade de Ifé, ao sudom este da atual Nigéria, deslumbrava desde o começo do século como a capital religiosa e artística do território que cobria uma parte central da atual República do Daomé. É a fonte mística do poder e da legitimidade, o berço da consagração espiritual, e para onde voltaram os restos mortais e as insígnias de todos os reis iorubás. A civilização de Ifé, ainda hoje, é pouco conhecida e apresenta uma criação artística variada do realismo, enquanto que a maioria da arte africana é abstrata. O material empregado na arte de Ifé espanta e abisma qualquer historiador, incluindo os próprios africanistas. Ao lado das esculturas em pedra e terracota (argila modelada e cozida ao fogo) tradicionais na África, estão as esculturas em bronze e artefatos em pérola.

Uma das artes mais conhecidas é a de Lajuwa, que segundo o povo de Ifé permaceu no palácio real, mostrando os vestígios em terracota, antes de ter sido redescoberta.

Lajuwa foi o camareiro de Oni (soberano do reino de Ifé ou Aquele que possui). A atribuição dessa terracota a Lajuwa não é estabelecida de maneira segura, entretanto a escultura foi preservada e conservou uma superfície lisa, ainda que o nariz tenha sido quebrado.

A maior parte das descobertas das obras foi feita nos BOSQUETES SAGRADOS: vastas extensões de terras situadas no coração da savana.

Cada uma destas descobertas é consagrada a esta ou aquela divindade, entre elas:
BOSQUETE SAGRADO DE OLOKUM: cobre uma superfície de 250 ha, ao norte da saída da cidade de Ifé. É dedicado a OLOKUM, divindade do mar e da riqueza
BOSQUETE SAGRADO D’IWINRIN:
encerra numeroso tesouro artístico, testemunhado, na maior parte, uma arte extremamente.
“O material empregado na arte de Ifé espanta e abisma qualquer historiador, incluindo os próprios africanistas”.

Fonte: www.fecab.org.br

História do Candomblé

O Candomblé e uma religião que teve origem na cidade de Ifé, na África, e foi trazida para o Brasil pelos negros iorubas.

Seus deuses são os Orixás, dos quais somente 16 são cultuados no nosso país: Essú, Ògun, Osossì, Osanyin, Obalúaye, Òsúmàré, Nàná Buruku, Sàngó, Oya, Oba, Ewa, Osun, Yemanjá, Logun Ede, Oságuian e Osàlufan.

O pai ou a mãe de santo é a autoridade máxima dentro do Candomblé. Eles são escolhidos pelos próprios Orixás para que os cultuem na terra. Os Orixás os induzem a isto, fazem com que as pessoas por eles escolhidas sejam naturalmente levadas à religião, até que assumam o cargo para o qual estão destinadas. Uma pessoa não pode optar se quer ou não ser um Pai ou mãe de santo se não acontecer durante sua vida fatos que a levem a isto. São pessoas que de alguma forma são iluminadas pelos Orixás para que cumpram seu destino.

Os Pais de Santo, normalmente, são donos de uma roça, ou seja, um lugar onde estão plantados todos os axés e no qual os Orixás são cultuados. Dentro da roça existe o barracão (assim denominado por causa dos negros que antigamente moravam em barracões), que é o lugar em que são feitos os grandes assentamentos (oferendas) para os deuses.

Hierarquicamente, existe, ainda, na roça um pai pequeno ou mãe pequena, que é o braço direito do Pai de santo e é normalmente um filho ou filha da casa.

Depois vem as Ekedes, são mulheres também escolhidas pelos Orixás para cuidar deles e ajudá-los. Embora seja considerada autoridade dentro da roça, não podem ser YalOrixás, visto que sua função já foi determinada e não há como mudar. A seguir vem os Ogans, que tocam o atabaques e ajudam o Babalorixá nos fundamentos da casa; a Ya Bace, que toma conta da cozinha, isto é, de todas as comidas dos Santos; a Ya Efun, dona do efun (pemba), e que está encarregada de pintas os Yaôs (iniciantes que estão recolhidos para fazerem o Orixá); e finalmente os filhos de Santos, que são as pessoas que “rasparam o Santo”, ou melhor, rasparam a cabeça para um Santo a pedido deste.

Às vezes o Santo, ou Orixá, incorpora em determinadas pessoas, mas não necessidade que haja esta “incorporação” para que uma pessoa raspe o Santo. Se a pessoa deve ou não raspar o Santo só pode ser sabido com certeza através do jogo de búzios do Pai ou mãe de santo que, diga-se de passagem, são os únicos que podem jogar búzios.

O Candomblé é uma religião com uma vasta cultura e rica em preceitos. São pouquíssimas as pessoas que realmente a conhecem a fundo.È necessária muita dedicação e anos de estudo para se chegar a um conhecimento profundo da religião. Seus preceitos são todos fundamentados e qualquer um pode se dedicar ao seu estudo e desfrutar seus benefícios. Existe muita energia positiva no Candomblé, e o seu culto pode trazer muita paz e felicidade.

Criação do Reino de Ifé

O grande Deus Olodumaré enviou Osalufã (orixá) para que criasse o mundo. A ele foi confiado um saco de areia, uma galinha com 5 dedos e um cmaleão. A areia deveria ser jogada no oceano e a galinha posta em cima para que ciscasse e fizesse aparecer a terra. Por ultimo, colocaria o camaleão para saber se estava firme.

Osalufã foi avisado para fazer uma oferenda ao Orixá Essú antes de sair para cumprir sua missão. Por ser um Orixá Funfun, Oxalufã se achava acima de todos e sendo assim, negligenciou a oferenda. Essú descontente , resolveu vingar-se de Osalufã, fazendo-o sentir muita sede. Não tendo alternativa Osalufã furou com seu Apaasoro o tronco de uma palmeira. Um líquido refrescante dela escorreu, era o vinho de palma. Ele saciou sua sede, embriagou-se e acabou dormindo.

Olodumaré, vendo que Osalufã, não cumpriu sua tarefa, enviou Odùdùwa para verificar o ocorrido. Ao retornar e avisar que Osalufã estava embriagado, Odùdùwa recebeu o direito de vir e criar o mundo. Após Odùdùwa cumprir sua tarefa, os outros deuses vêm se reunir a ele, descendo dos céus graças a uma corrente que ainda se podia ver, segundo a tradição, no BOSQUE DE OLOSE, até há alguns anos.

Apesar do erro cometido, uma nov chance foi dada a Osalufã: a honra de criar os homens. Entretanto, incorrigíveis, embriagou-se novamente e começou a fabricar anões, corcundas, albinos e toda espécie de monstros.

Odùdùwa interveio novamente, anulou os monstros gerados Osalufã e criou os homens bonitos, sãos e vigorosos, que foram insuflados com vida por Olodumaré.

Esta situação provocou uma guerra entre Odùdùwa e Osalufã. O ultimo foi derrotado e então Odùdùwa tornou-se o primeiro ONI (rei) de Ifé. Distribuiu seus filhos e os enviou para criar novos e vários reinos fora de Ifé.

Mais tarde os Orixás retornaram a Orum, deixando na terra seus conhecimentos e como deveriam ser cultuados seus toques, comidas e costumes, para que fossem cultuados pelos seus descendentes. Então o ser humano começou a fazer pedido aos Orixás e para que cada pedido fosse atendido eles ofereciam comida em troca.

Ao contrario do que se pensa, nem todos os pedidos são atendidos, embora os Orixás sempre aceitem as oferendas. Quando um orixá recebe um pedido, ele o leva a Olodumaré e este decide se o pedido vai ou não ser atendido. Este julgamento vai ser baseado no merecimento da pessoa que faz o pedido.

O povo continua fazendo oferendas aos Orixás até hoje, pois os Orixás procuram sempre fazer o melhor para as pessoas.

O círculo dos deuses é constituído segundo o número 16, número sagrado no Candomblé.

Ele se encontra em toda parte: no numero de búzios, no númerode chamas da lâmpada dos sacrifícios, na numeração dos membros físicos e psíquicos, quer dizer, das forças e das partes que possui o homem na organização hierárquica.

Fonte: dofonodelogum.sites.uol.com.br

 

A ORIGEM DO NOME Candomblé

O culto da forma como é aqui no Brasil praticado e chamado de Candomblé, não existe na África.

O que existe lá é o que se chama de culto à Òrìsá, ou seja, cada região africana cultua um Òrìsá e só inicia Elegun ou pessoa daquele Òrìsá. Portanto, a palavra Candomblé foi uma forma de denominar as reuniões feitas pelos escravos, para cultuar seus deuses, porque também era comum chamar de Candomblé toda festa ou reunião de negros no Brasil.

Por esse motivo, antigos Bàbálorìsás e Yàlorìsás evitavam chamar o “culto dos Òrìsás” de Candomblé. Eles não queriam com isso serem confundidos com estas festas. Mas, com o passar do tempo à palavra Candomblé foi aceita e passou a definir um conjunto de cultos vindo de diversas regiões africanas.

A palavra Candomblé possui dois significados entre os pesquisadores:

Candomblé seria uma modificação fonética de Candonbé, um tipo de atabaque usado pelos negros de Angola; ou ainda, viria de Candonbidé, que quer dizer ato de louvar, pedir por alguém ou por alguma coisa.

 

NAÇÕES

Como forma complementar de culto, a palavra Candomblé passou a definir o modelo de cada tribo ou região africana, conforme a seguir: Candomblé da Nação Ketu, Candomblé da Nação Jeje, Candomblé da Nação Angola, Candomblé da Nação Congo, Candomblé da Nação Muxicongo. A palavra Nação entra aí não para definir uma nação política, pois Nação Jeje não existia em termos políticos. O que é chamado de Nação Jeje é o Candomblé formado pelos povos vindos da região do Dahomé e formado pelos povos Mahin.

Os grupos que falavam a língua yorubá entre eles os de Oyó, Abeokuta, Ijesá, Ebá e Benin vieram constituir uma forma de culto denominada de Candomblé da Nação Ketu. Ketu era uma cidade igual às demais, mas no Brasil passou a designar o culto de Candomblé da Nação Ketu ou Alaketu. Esses yorubás, quando guerrearam com os povos Jejes e perderam a batalha, se tornaram escravos desses povos, sendo posteriormente vendidos ao Brasil. Quando os yorubás chegaram naquela região sofrida e maltratada, foram chamados pelos Fons de Ànagô, que quer dizer na língua Fon piolhentos, sujos entre outras coisas. A palavra com o tempo se modificou e ficou Nàgó e passou a ser aceita pelos povos yorubás no Brasil, para definir as suas origens e uma forma de culto. Na verdade, não existe nenhuma nação política denominada Nàgó.

No Brasil, a palavra Nàgó passou a denominar os Candomblés também de Xamba da região norte, mais conhecido como Sangò do Nordeste. Os Candomblés da Bahia e do Rio de Janeiro passaram a ser chamados de Nação Ketu com raízes yorubás. Porém, existem variações de Nações, por exemplo, Candomblé da Nação Efan e Candomblé da Nação Ijesá. Efan é uma cidade da região de Ilesá próxima a Osobô e ao rio Òsún. Ijesá não é uma nação política. Ijesá é o nome dado às pessoas que nascem ou vivem na região de Ilesá, que caracteriza a Nação Ijesá no Brasil é a posição que desfruta Òsún como a rainha dessa nação.

Da mesma forma como existe uma variação no Ketu, há também no Jeje, como por exemplo, Jeje Mahin. Mahin era uma tribo que existia próximo à cidade de Ketu. Os Candomblés da Nação Angola e Congo foram desenvolvidos no Brasil com a chegada desses africanos vindos de Angola e Congo.

A partir de Maria Néném e depois os Candomblés de Mansu Bunduquemqué do falecido Bernardino Bate-folha e Bam Dan Guaíne muitas formas surgiram seguindo tradições de cidades como Casanje, Munjolo, Cabinda, Muxicongo e outras. Nesse estudo sobre Nações de Candomblé, poderia relatar sobre outras formas de Candomblé, como por exemplo, Nàgó-vodun que é uma fusão de costumes yorubás e Jeje, e o Alaketu que não é uma nação específica, mas sim uma Nação yorubá com a origem na mesma região de Ketu, cuja sua história no Brasil soma-se mais de trezentos e cinqüenta anos ao tempo dos ancestrais da casa.

A verdade é que o culto nigeriano de Òrìsá, chamado de Candomblé no Brasil, foi organizado por mulheres para mulheres. Antigamente, nas primeiras casas de Candomblé, os homens não entravam na roda de dança para os Òrìsás. Mesmo os que se tornavam Bàbálorìsás tinham uma conduta diferente quanto à roda de dança. Desta forma, a participação dos homens era puramente circunstancial. Daí ter-se que se inserirem no culto vários cargos para homens, como por exemplo, os cargos de Ogans. A palavra Candomblé no Brasil define o que chamamos de Culto Afro-Brasileiro.

Fonte: afroode.spaces.live.com

Candomblé

O termo “Candomblé” era usado inicialmente para designar apenas certo tipo de dança, mas passou a significar também o próprio ritual religioso dos negros africanos. A principal diferença entre os vários tipos de Candomblé existentes no Brasil é a origem étnica.

Existem, entretanto, quatro características comuns e importantes para caracterizá-lo como de origem africana: a possessão pela divindade, o caráter pessoal da divindade, o oráculo e o despacho de Exu.

Há quem faça distinção entre o Candomblé e a Umbanda enquanto rituais. Ambos são religiões afro-brasileiras, mas a Umbanda se caracteriza pela mistura do Candomblé e do espiritismo, estando, dessa forma, voltada para os feitiços.

O termo quimbanda, é usado para definir a parte da Umbanda que é voltada para magia negra, conhecida como: macumba.

No Candomblé utilizam-se mais as danças e os trabalhos com forças advindas da natureza, como as do mar, do fogo, do ar, dos rios e florestas, representadas pelos Orixás.

O Candomblé praticado atualmente se encontra modificado, marcado por forte sincretismo religioso, decorrente das influências culturais dos brancos e indígenas.

Essa foi uma alternativa de sobrevivência da religião. Entretanto, nos dias de hoje, observa-se a tentativa de retomar as tradições africanas, afastando os elementos católicos de seus rituais.

O Candomblé distingui-se dos outros cultos por não ser praticado diante do altar, mas dançado de forma primitiva nos terreiros, com cantos envolventes ao som do agogô e do atabaque, considerado instrumento sagrado por transmitir a mensagem dos deuses.

Acredita-se que durante o ritual os Orixás descem do mundo desconhecido e incorporam-se em seus filhos, chamados cavalos, concedendo-lhes poderes de atuação para o bem e para o mal. Os filhos-de-santo, na maioria do sexo feminino, são os sacerdotes dos Orixás, assim como os padres são os representantes de Deus na Igreja Católica. Nem todo, porém, são preparados para “receber” os santos. Existem os que cuidam dos cavalos quando os Orixás “baixam”, os que sacrificam os animais, os que tocam os atabaques e os que preparam a comida. Os búzios, usados como instrumento de adivinhação, é que vão dizer qual a função de cada um.

Para cada orixá há um canto, dança e indumentária especiais. As cerimônias acontecem de preferência em locais afastados, à noite, e em contato com a terra, que transmite as forças da natureza. Sua estrutura, chamada “ordem de xirê” (brincadeira, na língua iorubá). divide a festa em três partes. A primeira acontece à tarde, com sacrifícios e oferendas. A segunda é a festa em si, à noite, na presença do público, quando os filhos-de-santo “incorporam” os Orixás. E a terceira fase, o encerramento, com a roda de Oxalá, o deus criador do homem.

A entrada para essa hierarquia é a indicação do orixá. É o que se chama bolar no santo. A partir daí, o abiã (noviço) tem de se submeter aos rituais de iniciação cerimônias do bori, orô e saídas de iaô.

Um recém-iniciado passa de um a seis meses vivendo dentro de severas restrições. É o tempo de quelê o período em que o abiã usa um colar de contas justo ao pescoço. Enquanto usar o quelê, ele deve vestir branco, comer com as mãos e sentar-se só no chão. Estão proibidas as relações sexuais e os pratos que não sejam os de seu orixá.

As obrigações não terminam por aí: o iniciado terá de cumprir ainda três rituais depois de um ano, três anos e sete anos , com sacrifícios, toques e oferendas.

Só depois ele pode se candidatar a ebômi, o degrau seguinte da hierarquia.

As danças do Candomblé são executadas com movimentos exóticos de braços e pernas, conforme cada orixá, com os olhos fechados ou arregalados, e chegam a causar alterações fisionômicas em quem as pratica.

Através desse ritual, o Candomblé perpetua-se e sua prática se espalha por todo o Brasil. Encontra-se também associado aos cortejos do ciclo carnavalesco, como afoxés,e maracatus, enriquecendo e fortalecendo, dessa forma, as festas afro-brasileiras e o folclore nacional.

 

TIPO DE CandombléS

Há quatro tipos de Candomblé:

O Queto, da Bahia, o Xangô, de Pernambuco, o Batuque, do Rio Grande do Sul, e o Angola, da Bahia e São Paulo. O Queto chegou com os povos nagôs, que falam a língua iorubá . Saídos das regiões que hoje correspondem ao Sudão, Nigéria e Benin, eles vieram para o Nordeste. Os bantos saíram das regiões de Moçambique, Angola e Congo para Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo. Criaram o culto ao caboclo, representante das entidades da mata.

A mistura com o catolicismo foi uma questão de sobrevivência. Para os colonizadores portugueses, as danças e os ri- tuais africanos eram pura feitiçaria e deviam ser reprimidos. A saída, para os escravos, era rezar para um santo e acender a vela para um orixá. Foi assim que os santos católicos pegaram carona com os deuses africanos e passaram a ser associados a eles. A partir da década de 20, o espiritismo também entrou nos terreiros, criando a Umbanda, com características bem diferentes.

Assim, o Candomblé já se incorporou à alma brasileira.

Tanto é que o país inteiro conhece o grito de felicidade a saudação mágica que significa, em iorubá, energia vital e sagrada: Axé!

 

TERREIROS

Os terreiros são comunidades de vida em que a visão de mundo africana se mantém presente e viva; em que a reconstrução familiar-clânica continua subsistindo e em que a vida comunitária revela os traços culturais dos africanos.

Todos os membros se encontram unidos na mesma fé, protegidos pelos Orixás, submissos a uma autoridade religiosa e espiritual, na qual uma solidariedade econômica-religiosa fundamenta a co-responsabilidade do trabalho.

Os membros estão unidos como uma parte num todo por laços consangüíneos de iniciação e por referências a um mundo acompanhado pelos ancestrais.

A autoridade espiritual e moral é concentrada nas mãos dos “pais” ou “mães de santo”, chamados também de “babalOrixás”ou “ialOrixás”. O nome “mãe” e “pai” significa que os adeptos aceitam uma segunda educação pelas mãos de pessoas significativas em suas vidas.

Cabe aos chefes do terreiro presidir as cerimônias religiosas, receber os convidados, raspar a cabeça dos iniciados, supervisionar os ritos e apontar os novos iniciados.

Fonte: www.rosanevolpatto.trd.br

I  Introdução

O enorme crescimento das religiões mediúnicas no Brasil, nos últimos anos, tráz á reflexão uma série de temas que não podem passar despercebidos. O Candomblé, em especial, tem atraído a atenção de uma variada gama de estudiosos, para não mencionar o fato de que começa a fazer novos adeptos, cada vez mais, nas camadas mais letradas – onde sempre se localizou o preconceito.

O Candomblé, ao lado de outras correntes espirituais, propicia um contato mais aberto com o que a Bíblia denomina: demônios, espíritos das trevas. Podemos observar sua influência na cultura brasileira, basta visitarmos os museus da Bahia, ou observarmos os blocos carnavalescos, a cantigas de roda (samba lele tá doente, tá com a cabeça quebrada…) etc.

II  Entre duas Correntes

Entende-se como cultos afro-brasileiros duas correntes principais, o Candomblé e a Umbanda. Um é a religião africana trazida pelos negros escravos para o Brasil e aqui cultuada em seu habitat natural (onde não era apenas um, mas uma série de diferentes manifestações especificas de cada região), diferenças essas acentuadas pela várias regiões do seu país de origem. Outra é uma religião nova, desenvolvida no Brasil como a síntese de um processo de sincretismo das mais diferentes fontes, que vão do catolicismo, passando pela macumba, pelo Kardecismo, e até pôr cultos tipicamente indígenas. Assim, dentro das duas diferentes correntes básicas, uma série de subcorrentes se manifesta, dando origem a significados às vezes amplamente diversos para o mesmo culto (no final das contas tudo é espiritismo, e provem da mesma fonte: o diabo).

III As Origens do Candomblé

Com a colonização do Brasil faltaram braços para a lavoura. Com isso, os proprietários da terra tentaram subjugar o índio pensando em empregá-lo no trabalho agrícola. Entretanto, o índio não se deixou subjugar, o que levou os colonizadores a voltarem-se para a África em busca de mão-de-obra para a lavoura. Começa assim um período vergonhoso da História do Brasil, como descreve o poeta Castro Alves em suas poesias ‘Navio Negreiro” e “Vozes D`África

Acredita-se que os primeiros escravos africanos chegaram ao primeiro mundo já 1502. Provavelmente, os primeiros carregamentos de escravos chegaram em Cuba em 1512 e no Brasil em 1538 e isso continuou até que o Brasil aboliu o tráfico de escravos em 1850 e na Espanha finalmente encerrou o tráfico de escravos para Cuba em 1866. A maioria do três milhões de escravos vendido à América Espanhola e o cinco milhões vendidos ao Brasil num período de aproximadamente três séculos, vieram da costa ocidental da África.

Era muito cruel o tratamento imposto aos escravos desde o momento da partida da África e durante a viagem nos navios chamados “tumbeiros”, que podia se estender a cerca de dois meses. Os maus tratos continuariam depois, para a maioria deles até a morte.

Edson Carneiro informa que o tráfico trouxe escravos de três regiões: da Guiné Portuguesa, do Golfo da Guiné (Costa da Mina) e de Angola, chegando até Moçambique.

Os africanos chegaram divididos em dois grupos principais: sudaneses (os de Guiné e da Costa da Mina) e os bantos (Angola e Moçambique). Os da Costa da Mina desembarcavam na Bahia, enquanto que os demais eram levados para São Luís do Maranhão, Bahia, Recife e Rio de Janeiro, de onde se espalhavam para outras regiões do Brasil, como litoral do Pará, Alagoas, Minas Gerais e São Paulo.

A presença do orixá é necessária tanto na Umbanda como no Candomblé. É de origem africana que foram trazidos pelos negros escravizados. Seu culto é a essência do Candomblé, e foi mantido vivo no Brasil. O continente africano, na época das grandes levas de escravos, era ainda mais fragmentado politicamente do que hoje. O conceito de nação ou Estado, em seu significado mais restrito, não encontra correspondente na realidade geopolitica africana desse período.

Diversas nações de tribos fragmentavam qualquer idéia de unidade cultural, ainda que, cercada pela selva, muitas dessas comunidades nunca entraram em contato nem tiveram notícia da existência de outras. Isto resulta numa grande diferença de culto de região para região, onde os nomes de um mesmo orixá são absolutamente diferentes.

No Brasil, porém, pode-se notar um culto predominante do ritual e das concepções iorubá – um povo sudanês da região correspondente à atual Nigéria, que dominou e influenciou politicamente e culturalmente um grande número de tribos. Esse culto se estendeu pôr toda a América, com exceção (se bem que há notícias do estabelecimento cada vez maior destes cultos) da América do Norte, com maior destaque para Cuba e Brasil.

IV – Os Orixás e Outras Entidades no Candomblé

1  Quem são os Orixás

De acordo com o Dicionário de Cultos Afro-Brasileiros de Olga Cacciatore, os Orixás são divindades intermediárias entre Olorum (o deus supremo) e os homens. Na África eram cerca de 600 – para o Brasil vieram talvez uns 50, que estão reduzidos a 16 no Candomblé, dos quais só 8 passaram para à Umbanda.

Muitos deles são antigos reis, rainhas ou heróis divinizados, os quais representam as vibrações das forças elementares da Natureza – raios, trovões, tempestades, água; atividades econômicas, como caça e agricultura; e ainda os grandes ceifadores de vidas, as doenças epidêmicas, como a varíola, etc.

2 Origem Mitológica dos Orixás

Quanto à origem dos Orixás, uma das lendas mais populares diz que Obatalá (o céu) uniu-se a Odudua (a terra), e desta união nasceram Aganju (a rocha) e Iemanjá (as águas). Iemanjá casou-se com seu irmão Aganju, de quem teve um filho, chamado Orungã. Orungã apaixonou-se loucamente pela mãe, procurando sempre uma oportunidade para possuí-la, até que um dia, aproveitando-se da ausência do pai, violentou-a. Iemanjá pôs-se a fugir, perseguida pôr Orungã. Na fuga Iemanjá caiu de costas, e ao pedir socorro a Obatalá, seu corpo começou a dilatar-se grandemente, até que de seus seis começaram a jorrar dois rios que formaram um lago, e quando o seu ventre se rompeu, saíram a maioria dos Orixás . Pôr isto Iemanjá é chamada “a mãe dos Orixás”.

3 Os Orixás e o Sincretismo

O sincretismo religioso é também um aspecto significante dos cultos afros. Sincretismo é a união dos opostos, um tipo de mistura de crenças e idéias divergente.

Os escravos não abriram mão de seus cultos e suas divindades. Devido a um doutrinamento imposto pelo catolicismo romano, os africanos começaram a buscar na igreja, santos correspondentes aos seu Orixás.

 

Muitos dos Orixás nos cultos afros encontrará no Catolicismo um santo correspondente  – pôr exemplo:
Exu – diabo
Iemanjá –
Nossa Senhora
Ogum –
São Jorge
Iansã –
Santa Bárbara
Iemanjá –
Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora da Imaculada Conceição
Oxóssi –
São Sebastião
Oxalá –
Jesus Cristo – Senhor do Bonfim
Omulú –
São Lázaro
Ossain –
São Benedito
Oxumaré –
São Bartolomeu
Xango –
São Jerônimo

4 As Outras Entidades

Também presentes nos cultos afros-brasileiros estão espíritos que representam diversos tipos de humanos falecidos, tais como: caboclos (índios ), pretos-velhos (escravos), crianças, marinheiros, boiadeiros, ciganos, etc.

Joaquim de Andrade

Fonte: www.cacp.org.br

 

Candomblé

Candomblé, culto dos Orixás, de origem totêmica e familiar, é uma das Religiões Afro-Brasileiras praticadas principalmente no Brasil mas também em países adjacentes como Uruguai, Argentina, e Venezuela.

A religião, que tem por base a “anima” (alma) da Natureza, sendo portanto chamada de anímica, foi desenvolvida no Brasil com o conhecimento dos sacerdotes africanos que foram escravizados e trazidos da África para o Brasil, juntamente com seus Orixás/Inquices/ Voduns, sua cultura, e seus dialetos, entre 1549 e 1888.

Embora confinado originalmente à população de escravos, proibido pela igreja Católica, e criminalizado mesmo por alguns governos, o Candomblé prosperou nos quatro séculos, e expandiu consideravelmente desde o fim da escravatura em 1888. É agora uma das religões principais estabelecidas, com seguidores de todas as classes sociais e dezenas de milhares de templos. Em levantamentos recentes, aproximadamente 3 milhões de brasileiros (1,5% da população total) declararam o Candomblé como sua religião. Na cidade de Salvador existem 2.230 terreiros registrados na Federação Baiana de Cultos Afro-brasileiros. Entretanto, na cultura brasileira as religiões não são vistas mutuamente como exclusivas, e muitos povos de outras crenças religiosas — até 70 milhões, de acordo com algumas organizações culturais Afro-Brasileiras — participam em rituais do Candomblé, regularmente ou ocasionalmente. Orixás do Candomblé, os rituais, e as festas são agora uma parte integrante da cultura e uma parte do folclore brasileiro.

O Candomblé não deve ser confundido com Umbanda e Macumba, duas outras religiões Afro-Brasileiras com similar origem; e com religiões Afro-derivadas similares em outros países do Novo Mundo, como o Voodoo Haitiano, a Santeria Cubana, e o Obeah, os quais foram desenvolvidos independentemente do Candomblé e são virtualmente desconhecidos no Brasil.

Candomblé é uma religião monoteísta, embora alguns defendam que cultuem vários deuses, o deus único para a Nação Ketu é Olorum, para a Nação Bantu é Zambi e para a Nação Jeje é Mawu, são nações independentes na prática diária e em virtude do sincretismo existente no Brasil a maioria dos participantes consideram como sendo o mesmo Deus da Igreja Católica.

Os Orixás/Inquices/Voduns recebem homenagens regulares, com oferendas, cânticos, danças e roupas especiais. Mesmo quando há na mitologia referência a uma divindade criadora, essa divindade tem muita importância no dia-a-dia dos membros do terreiro, como é o caso do Deus Cristão que na maioria das vezes são confundidos.

Os Orixás da Mitologia Yoruba foram criados por um deus supremo, Olorun (Olorum) dos Yoruba; os Voduns da Mitologia Fon ou Mitologia Ewe, foram criados por Mawu, o deus supremo dos Fon; os Inquices da Mitologia Bantu, foram criados por Zambi, Zambiapongo, deus supremo e criador. O Candomblé cultua, entre todas as nações, umas cinquenta das centenas de deidades ainda cultuadas na África. Mas, na maioria dos terreiros das grandes cidades, são doze as mais cultuadas. O que acontece é que algumas divindades têm “qualidades”, que podem ser cultuadas como um diferente Orixá/Inquice/Vodun em um ou outro terreiro. Então, a lista de divindades das diferentes nações é grande, e muitos Orixás do Ketu podem ser “identificados” com os Voduns do Jejé e Inquices dos Bantu em suas características, mas na realidade não são os mesmos; seus cultos, rituais e toques são totalmente diferentes.

Orixás têm individuais personalidades, habilidades e preferências rituais, e são conectados ao fenômeno natural específico (um conceito não muito diferente do Kami do japonês Xintoísmo). Toda pessoa é escolhida no nascimento por um ou vários “patronos” Orixá, que um babalorixá identificará. Alguns Orixás são “incorporados” por pessoas iniciadas durante o ritual do Candomblé, outros Orixás não, apenas são cultuados em árvores pela coletividade. Alguns Orixás chamados Funfun (branco), que fizeram parte da criação do mundo, também não são incorporados.

O Candomblé e demais religiões afro-brasileiras tradicionais formaram-se em diferentes áreas do Brasil com diferentes ritos e nomes locais derivados de tradições africanas diversas: Candomblé na Bahia, xangô em Pernambuco e Alagoas, tambor de mina no Maranhão e Pará, batuque no Rio Grande do Sul e macumba no Rio de Janeiro.

A organização das religiões negras no Brasil deu-se bastante recentemente, no curso do século XIX. Uma vez que as últimas levas de africanos trazidos para o Novo Mundo durante o período final da escravidão (últimas décadas do século XIX) foram fixadas sobretudo nas cidades e em ocupações urbanas, os africanos desse período puderam viver no Brasil em maior contato uns com os outros, físico e socialmente, com maior mobilidade e, de certo modo, liberdade de movimentos, num processo de interação que não conheceram antes. Este fato propiciou condições sociais favoráveis para a sobrevivência de algumas religiões africanas, com a formação de grupos de culto organizados.

Até o final do século passado, tais religiões estavam consolidadas, mas continuavam a ser religiões étnicas dos grupos negros descendentes dos escravos.

No início deste século, no Rio de janeiro, o contato do Candomblé com o espiritismo kardecista trazido da França no final do século propiciou o surgimento de uma outra religião afro-brasileira: a Umbanda, que tem sido reiteradamente identificada como sendo a religião brasileira por excelência, pois, nascida no Brasil, ela resulta do encontro de tradições africanas, espíritas e católicas.

Desde o início as religiões afro-brasileiras formaram-se em sincretismo com o catolicismo, e em grau menor com religiões indígenas. O culto católico aos santos, numa dimensão popular politeísta, ajustou-se como uma luva ao culto dos panteões africanos. A partir de 1930, a Umbanda espraiou-se por todas a regiões do País, sem limites de classe, raça, cor, de modo que todo o País passou a conhecer, pelo menos de nome, divindades como Iemanjá, Ogum, Oxalá etc.

O Candomblé, que até 20 ou 30 anos atrás era religião confinada sobretudo na Bahia e Pernambuco e outros locais em que se formara, caracterizando-se ainda uma religião exclusiva dos grupos negros descendentes de escravos, começou a mudar nos anos 60 e a partir de então a se espalhar por todos os lugares, como acontecera antes com a Umbanda, oferecendo-se então como religião também voltada para segmentos da população de origem não-africana. Assim o Candomblé deixou de ser uma religião exclusiva do segmento negro, passando a ser uma religião para todos. Neste período a Umbanda já começara a se propagar também para fora do Brasil.

Durante os anos 1960, com a larga migração do Nordeste em busca das grandes cidades industrializadas no Sudeste, o Candomblé começou a penetrar o bem estabelecido território da Umbanda, e velhos umbandistas começaram e se iniciar no Candomblé, muitos deles abandonando os ritos da Umbanda para se estabelecer como pais e mães-de-santo das modalidades mais tradicionais de culto aos Orixás. Neste movimento, a Umbanda é remetida de novo ao Candomblé, sua velha e “verdadeira” raiz original, considerada pelos novos seguidores como sendo mais misteriosa, mais forte, mais poderosa que sua moderna e embranquecida descendente, a Umbanda.

Nesse período da história brasileira, as velhas tradições até então preservadas na Bahia e outros pontos do País encontraram excelentes condições econômicas para se reproduzirem e se multiplicarem mais ao sul; o alto custo dos ritos deixou de ser um constrangimento que as pudesse conter. E mais, nesse período, importantes movimentos de classe média buscavam por aquilo que poderia ser tomado como as raízes originais da cultura brasileira. Intelectuais, poetas, estudantes, escritores e artistas participaram desta empreitada, que tantas vezes foi bater à porta das velhas casas de Candomblé da Bahia. Ir a Salvador para se ter o destino lido nos búzios pelas mães-de-santo tornou-se um must para muitos, uma necessidade que preenchia o vazio aberto por um estilo de vida moderno e secularizado tão enfaticamente constituído com as mudanças sociais que demarcavam o jeito de viver nas cidades industrializadas do Sudeste, estilo de vida já, quem sabe?, eivado de tantas desilusões.

O Candomblé encontrou condições sociais, econômicas e culturais muito favoráveis para o seu renascimento num novo território, em que a presença de instituições de origem negra até então pouco contavam. Nos novos terreiros de Orixás que foram se criando então, entretanto, podiam ser encontrados pobres de todas as origens étnicas e raciais. Eles se interessaram pelo Candomblé. E os terreiros cresceram às centenas.

Fonte: www.fietreca.org.br

Candomblé

Inicialmente referido a certo tipo de dança, o Candomblé passou a significar também a própria cerimônia religiosa dos negros afro-brasileiros, assim como o próprio local em que se realiza. Enquanto ligado às fontes africanas, de cujo meio provieram os escravos, considera-se um espaço de resistência cultural. Seus praticantes julgam-se depositários, mantenedores e perpetuadores de uma tradição, herdada das várias nações africanas, que procuram reproduzir com fidelidade.

Tem-se daí, nações e rituais sudaneses-jeje (daomeanos), nagô (ioruba e compostos), bantos (angola, congo e compostos), além dos Candomblés de caboclo, nos quais os Orixás são representados por entidades caboclas ou espíritos de chefes e guerrreiros indígenas brasileiros considerados evoluídos. Há também a adoção da Linha das Almas, dominada pelos espíritos dos negros (pretos velhos) considerados de grande sabedoria (Pai Joaquim, Vó Catarina, Pai João e outros), principalmente no trato com ervas. Essas entidades, encarnações nos cavalos (fiéis possuídos), dão orientação para a solução de problemas do dia-a-dia.

O Candomblé envolve uma complexa organização de crenças e rituais. Os cultos, em torno de uma ordem de Orixás e divindades intermediárias, realizam-se em terreiros, cada um deles formado por vários cômodos. Num deles realizam-se danças públicas dos fiéis, possuídos por suas divindades. Um outro é o peji, onde Orixás estão assentados e em que só entram os iniciados ou pessoas em certas condições de pureza.

As cerimônias, abertas ao público, realizam-se noite adentro, acompanhadas de instrumentos de percussão: atabaque, agogô, adjá, caxixi, ajê, xaque-xaque, tambores de vários tamanhos. Segundo o orixá homenageado, matam-se animais (cabrito, galinha) e algumas das suas partes são preparadas e oferecidas no assentamento do orixá.

Esta oferenda é o padê de Exu, entidade considerada mensageira dos Orixás e que pode impedir influências pertubadoras no desenrolar da cerimônia: cantos e músicas invocativas das divindades e depois a dança, com roupas apropriadas.

Uma das características fundamentais do Candomblé é o longo processo de iniciação. Inclui a lavagem de contas (o colar lavado pelo chefe do terreiro nas cores do orixá do iniciado) e o bori, que significa dar de comer à cabeça, para fortalecer a pessoa e colocá-la em contato mais estreito com o mundo sagrado. Depois de ter a cabeça lavada com sangue de animal de duas patas, essa pessoa, com colar lavado e o bori, é chamada abiã. Há um primeiro grau de iniciação, após o qual ela se torna iaô. Depois de cumprir de um a sete anos de obrigações, passa-se à categoria de eboni. O posto mais alto na hierarquia do Candomblé é ocupado pelo pai-de-santo ou babalorixá; quando mulher é a mãe-de-santo ou ialorixá. Em seguida vêm a iiá kerere (segunda sacerdotisa), os ogans (sempre homens, os protetores do terreiro), o alabê (que toca e dirige os atabaques) e, entre outros, a sidadã, encarregada do padê de Exu.

Candomblé: Religião e culto de origem africana praticado no Brasil, mais intensamente na Bahia, desde a escravidão. (Equivale à macumba, no Rio de Janeiro e São Paulo; xangô, catimbó e toré, no Nordeste; babaçuê e batuque, no Pará; pajelança, no Amazonas; e tambor de mina, no Maranhão.

Fonte: www.terrabrasileira.net

 

Candomblé – Brasil

Os negros africanos, ao chegarem ao Brasil, trouxeram um culto primitivo, oriundo de sua pátria, conhecido como Candomblé.

Aparentemente de maneira infantil, cultuavam alguns deuses chamados por eles de “Orixás”. Essas divindades seriam, por um lado, ligadas à natureza e por outro aos homens. Praticantes seculares do mediunismo, os negros adeptos do Candomblé, não aceitavam e não aceitam até hoje, a “incorporação” em seus médiuns de Espíritos de “mortos”. No Candomblé um Espírito errante é chamado de “egum”.

Nos terreiros de Candomblé, só se manifestam mediunicamente as divindades chamadas de “Orixás”.

O Panteão Africano constitui-se basicamente por sete Orixás Maiores e ainda por muitos Orixás Menores. Os primeiros, são voltados para o lado mais divino da obra de Deus. Os últimos, são mais ligados à própria criatura humana.

Os “Orixás”, ao presidirem a própria natureza através de seus agentes, trariam em si características de personalidade que os ligariam a determinados estados evolutivos da espécie humana. A vibração provocada pelo tipo de personalidade de um certo indivíduo, vai colocá-lo sob a influência de determinado “Orixá”. Diz-se, então, que ele é oriundo daquela faixa psíquica, ou como fazem no Candomblé, que ele é “filho de Santo”.

Os Orixás maiores são:
OXALÁ – Símbolo da natureza religiosa, santificada. Não é Deus, mas está abaixo Dele, presidindo seus desígnios. Para os iniciados é o Cristo, para os umbandistas, Jesus. Na natureza, liga-se aos céus e tudo o que nele há.
IEMANJÁ –
Símbolo da natureza feminina, da beleza e da reprodução. Na natureza, liga-se às águas do mar. No sincretismo, Nossa Senhora.
XANGÔ –
Símbolo da justiça. Envolve o cumprimento da lei de causa e efeito, com os seus “agentes” de naturezas diversas. Segundo os estudiosos, é esse orixá que dá origem à justiça terrena. Na natureza liga-se às montanhas. No sincretismo, seria São Jerônimo.
OGUM –
Simboliza a idéia de trabalho, de luta, de guerra, de vitória. Na natureza, liga-se aos metais. No sincretismo, é São Jorge.
OXÓSSI –
Simboliza a natureza jovem, de homens e mulheres, a alegria saudável, a energia jovial. Na natureza está ligado às matas. No sincretismo, é São Sebastião.
IORIMÁ –
é símbolo de maturidade, de serenidade, amor, compreensão e humildade. Na natureza, liga-se à movimentação das águas, cachoeiras etc. É o estado de experiência do velho. No sincretismo, é São Cipriano.
IORY –
Traz em si a natureza infantil. Representa as vibrações inocentes da criança, sua simplicidade etc. Na natureza, simboliza a alegria existente nas matas, nos rios, nos lagos etc. No sincretismo, é Cosme e Damião.
Essas variedades de divindades formam o mundo dos Orixás, dos sentimentos, com o qual cada criatura possui sintonia em determinada faixa, segundo o grau evolutivo que atingiu em sua ascensão espiritual.

Mas, conforme o Candomblé, existe outro lado espiritual, de uma natureza ruim, onde as mentes se encontram em desequilíbrio: é o reino de Elegbara. Na Umbanda é conhecido como mundo de Exu e na Igreja católica, como região do Diabo.

A origem dos Orixás, segundo as lendas do povo africano, é a fragmentação do pensamento criativo, quando este, por sua vontade, vai presidir a criação de determinado orbe. Os Orixás não estariam sujeitos à evolução, embora fossem ligados aos Espíritos que o estão, pela afinidade vibratória que os caracterizam.

Filhos do grande “Olorum” (Deus Pai), os “Orixás” seriam cumpridores de Sua vontade, em plano mais grosseiro. As histórias narradas pelas lendas, à primeira vista parecem infantis, mas quase sempre elas possuem fundamentos lógicos.

Infelizmente, tudo o que veio da África está atualmente muito diluído, misturado à prática de adivinhações, de baixa magia e de rituais inconsequentes. Entretanto é importante que se compreenda as origens dessa crença a fim de que se tenha uma visão mais completa do que ela representa em nossa cultura.

Fonte: www.novavoz.org.br

Herdeiras do Axé

Axé é força vital, energia, princípio da vida, força sagrada dos Orixás. Axé é o nome que se dá às partes dos animais que contêm essas forças da natureza viva, que também estão nas folhas, sementes e nos frutos sagrados. Axé é bênção, cumprimento, votos de boa-sorte e sinônimo de Amém. Axé é poder. Axé é o conjunto material de objetos que representam os deuses quando estes são assentados, fixados nos seus altares particulares para ser cultuados. São as pedras e os ferros dos Orixás, suas representações materiais, símbolos de uma sacralidade tangível e imediata. Axé é carisma, é sabedoria nas coisas-do-santo, é senioridade. Axé se tem, se usa, se gasta, se repõe, se acumula. Axé é origem, é a raiz que vem dos antepassados, é a comunidade do terreiro. Os grandes portadores de axé, que são as veneráveis mães e os veneráveis pais-de-santo, podem transmitir axé pela imposição das mãos; pela saliva, que com a palavra sai da boca; pelo suor do rosto, que os velhos Orixás em transe limpam de sua testa com as mãos e, carinhosamente, esfregam nas faces dos filhos prediletos. Axé se ganha e se perde. (Extraído de Reginaldo Prandi, Os Candomblés de São Paulo.)

Deuses africanos no Brasil: uma apresentação do Candomblé

I: Religiões populares no Brasil

O catolicismo tem sido historicamente a religião majoritária do Brasil, cabendo a outras fés o lugar de religiões minoritárias, mas nem por isso sem importância no quadro das religiões e da cultura, sobretudo no século atual. Neste segundo grupo estão as chamadas religiões afro-brasileiras[1] , as quais até os anos 1930 poderiam ser incluídas na categoria das religiões étnicas, religiões de preservação de patrimônios culturais dos antigos escravos africanos e seus descendentes.

Estas religiões formaram-se em diferentes áreas do Brasil com diferentes ritos e nomes locais derivados de tradições africanas diversas: Candomblé na Bahia[2], xangô em Pernambuco e Alagoas[3], tambor de mina no Maranhão e Pará[4], batuque no Rio Grande do Sul[5] e macumba no Rio de Janeiro[6].

A organização das religiões negras no Brasil deu-se bastante recentemente. Uma vez que as últimas levas de africanos trazidos para o Novo Mundo durante o período final da escravidão (últimas décadas do século 19) foram fixadas sobretudo nas cidades e em ocupações urbanas, os africanos desse período puderam viver no Brasil em maior contato uns com os outros, físico e socialmente, com maior mobilidade e, de certo modo, liberdade de movimentos, num processo de interação que não conheceram antes. Este fato propiciou condições sociais favoráveis para a sobrevivência de algumas religiões africanas, com a formação de grupos de culto organizados.

Por outro lado, no final do século passado, foram introduzidas no País algumas denominações protestantes européias e norte-americanas. Essas religiões floresceram, assim como espiritismo kardecista francês aqui chegado também no final do século passado, mas o catolicismo continuou sendo a preferência de mais de 90% da população brasileira até os anos 1950, embora na região mais industrializada do país, o Sudeste, a porcentagem de católicos tenha sido menor, com um incremento mais rápido no número de protestantes, kardecistas e também seguidores da Umbanda, religião afro-brasileira emergida nos anos 1930 nas áreas mais urbanizadas do País, e que, a despeito de suas origens negras, nunca se mostrou como religião voltada para a preservação das marcas africanas originais.

O quadro religioso no Brasil de hoje caracteriza-se por processo de conversão complexo e dinâmico, com a incorporação e mesmo criação de algumas novas religiões, às vezes com a passagem do converso por várias possibilidades de adesão. Os grupos de religiões mais importantes em termos de números de seguidores hoje são: o catolicismo, em suas ambas versões de religião tradicional e renovada; os evangélicos, que apresentam múltiplas facetas entre históricos e pentecostais, agora também se oferecendo numa nova e inusitada versão, o neopentecostalismo (Rolim, 1985; Mariano, 1995); os espíritas kardecistas, e um diverso conjunto de religiões afro-brasileiras. Entre os católicos renovados sobressaem-se as Comunidades Eclesiais de Base (Pierucci, 1983) e o novo Movimento de Renovação Carismática (Prandi, 1991b), movimentos que se opõem doutrinariamente: as CEBs mais preocupadas com questões de justiça social e mais envolvidas na política, os carismáticos mais interessados no indivíduo e conservadoramente avessos a temas de consciência social. Estimativas recentes indicam a presença de 75% de católicos (os carismáticos são 4% e os das CEBs, 2% da população), 13% de evangélicos (3% históricos e 10% pentecostais), 4% de kardecistas e 1,5% de afro-brasileiros (Pierucci & Prandi, 1995).

Dessas religiões, a Umbanda tem sido reiteradamente identificada como sendo a religião brasileira por excelência, pois, nascida no Brasil, ela resulta do encontro de tradições africanas, espíritas e católicas (Camargo, 1961; Concone, 1987; Ortiz, 1978). Como religião universal, isto é, dirigida a todos, a Umbanda sempre procurou legitimar-se pelo apagamento de feições herdadas do Candomblé, sua matriz negra, especialmente os traços referidos a modelos de comportamento e mentalidade que denotam a origem tribal e depois escrava, mantendo contudo estas marcas na constituição do panteão. Comparado ao do Candomblé, seu processo de iniciação é muito mais simples e menos oneroso e seus rituais evitam e dispensam sacrifício de sangue. Os espíritos de caboclos e pretos-velhos manifestam-se nos corpos dos iniciados durante as cerimônias de transe para dançar e sobretudo orientar e curar aqueles que procuram por ajuda religiosa para a solução de seus males. A Umbanda absorveu do kardecismo algo de seu apego às virtudes da caridade e do altruísmo, assim fazendo-se mais ocidental que as demais religiões do espectro afro-brasileiro, mas nunca completou este processo de ocidentalização, ficando a meio caminho entre ser religião ética, preocupada com a orientação moral da conduta, e religião mágica, voltada para a estrita manipulação do mundo.

Desde o início as religiões afro-brasileiras se formaram em sincretismo com o catolicismo, e em grau menor com religiões indígenas. O culto católico aos santos, numa dimensão popular politeísta, ajustou-se como uma luva ao culto dos panteões africanos (Valente, 1977; S. Ferretti, 1995). Com a Umbanda, acrescentaram-se à vertente africana as contribuições do kardecismo francês, especialmente a idéia de comunicação com os espíritos dos mortos através do transe, com a finalidade de se praticar a caridade entre os dois mundos, pois os mortos devem ajudar os vivos sofredores, assim como os vivos devem ajudar os mortos a encontrar, sempre pela prática da caridade, o caminho da paz eterna, segundo a doutrina de Kardec. A Umbanda perdeu parte de suas raízes africanas, mas se espraiou por todas a regiões do País, sem limites de classe, raça, cor (ver Capítulo II). Mas não interferiu na identidade do Candomblé, do qual se descolou, conquistando sua autonomia. Mas o Candomblé também mudou. Até 20 ou 30 anos atrás, o Candomblé era religião de negros e mulatos, confinado sobretudo na Bahia e Pernambuco, e de reduzidos grupos de descendentes de escravos cristalizados aqui e ali em distintas regiões do País. No rastro da Umbanda, a partir dos anos 1960, o Candomblé passou a se oferecer como religião também para segmentos da população de origem não-africana.

II: Candomblé nos dias de hoje

Por volta de 1950, a Umbanda já tinha se consolidado como religião abertas a todos, não importando as distinções de raça, origem social, étnica e geográfica. Por ter a Umbanda desenvolvido sua própria visão de mundo, bricolage européia-africana-indígena, símbolo das próprias origens brasileiras, ela pode se apresentar como fonte de transcendência capaz de substituir o velho catolicismo ou então juntar-se a ele como veículo de renovação do sentido religioso da vida. Depois de ver consolidados os seus mais centrais aspectos, ainda no Rio de Janeiro e São Paulo, a Umbanda espalhou-se por todo o País, podendo ser também agora encontrada vicejando na Argentina, no Uruguai e outros Países latino-americanos, além de Portugal (Oro, 1993; Frigerio & Carozzi, 1993; Pi Hugarte, 1993; Prandi, 1991c; Pollak-Eltz, 1993; Pordeus, 1995).

Durante os anos 1960, alguma coisa surpreendente começou a acontecer. Com a larga migração do Nordeste em busca das grandes cidades industrializadas no Sudeste, o Candomblé começou a penetrar o bem estabelecido território da Umbanda, e velhos umbandistas começaram e se iniciar no Candomblé, muitos deles abandonando os ritos da Umbanda para se estabelecer como pais e mães-de-santo das modalidades mais tradicionais de culto aos Orixás. Neste movimento, a Umbanda é remetida de novo ao Candomblé, sua velha e “verdadeira” raiz original, considerada pelos novos seguidores como sendo mais misteriosa, mais forte, mais poderosa que sua moderna e embranquecida descendente.

Nesse período da história brasileira, as velhas tradições até então preservadas na Bahia e outros pontos do País encontraram excelentes condições econômicas para se reproduzirem e se multiplicarem mais ao sul; o alto custo dos ritos deixou de ser um constrangimento que as pudesse conter. E mais, nesse período, importantes movimentos de classe média buscavam por aquilo que poderia ser tomado como as raízes originais da cultura brasileira. Intelectuais, poetas, estudantes, escritores e artistas participaram desta empreitada, que tantas vezes foi bater à porta das velhas casas de Candomblé da Bahia. Ir a Salvador para se ter o destino lido nos búzios pelas mães-de-santo tornou-se um must para muitos, uma necessidade que preenchia o vazio aberto por um estilo de vida moderno e secularizado tão enfaticamente constituído com as mudanças sociais que demarcavam o jeito de viver nas cidades industrializadas do Sudeste, estilo de vida já, quem sabe?, eivado de tantas desilusões.

O Candomblé encontrou condições sociais, econômicas e culturais muito favoráveis para o seu renascimento num novo território, em que a presença de instituições de origem negra até então pouco contavam. Nos novos terreiros de Orixás que foram se criando então, entretanto, podiam ser encontrados pobres de todas as origens étnicas e raciais. Eles se interessaram pelo Candomblé. E os terreiros cresceram às centenas.

O termo Candomblé designe vários ritos com diferentes ênfases culturais, aos quais os seguidores dão o nome de “nações” (Lima, 1984). Basicamente, as culturas africanas que foram as principais fontes culturais para as atuais “nações” de Candomblé vieram da área cultural banto (onde hoje estão os países da Angola, Congo, Gabão, Zaire e Moçambique) e da região sudanesa do Golfo da Guiné, que contribuiu com os iorubás e os ewê-fons, circunscritos aos atuais território da Nigéria e Benin. Mas estas origens na verdade se interpenetram tanto no Brasil como na origem africana.

Na chamada “nação” queto, na Bahia, predominam os Orixás e ritos de iniciação de origem iorubá. Quando se fala em Candomblé, geralmente a referência é o Candomblé queto e seus antigos terreiros são os mais conhecidos: a Casa Branca do Engenho Velho, o Candomblé do Alaketo, o Axé Opô Afonjá e o Gantois.

As mães-de-santo de maior prestígio e de visibilidade que ultrapassou de muitos as portas dos Candomblé têm sido destas casas, como Pulquéria e Menininha, ambas do Gantois, Olga, do Alaketo, e Aninha, Senhora e Stella, do Opô Afonjá. O Candomblé queto tem tido grande influência sobre outras “nações”, que têm incorporado muitas de suas prática rituais. Sua língua ritual deriva do iorubá, mas o significado das palavras em grande parte se perdeu através do tempo, sendo hoje muito difícil traduzir os versos das cantigas sagradas e impossível manter conversação na língua do Candomblé.

Além do queto, as seguintes “nações” também são do tronco iorubá (ou nagô, como os povos iorubanos são também denominados): efã e ijexá na Bahia, nagô ou eba em Pernambuco, oió-ijexá ou batuque de nação no Rio Grande do Sul, mina-nagô no Maranhão, e a quase extinta “nação” xambá de Alagoas e Pernambuco.

A “nação” angola, de origem banto, adotou o panteão dos Orixás iorubás (embora os chame pelos nomes de seus esquecidos inquices, divindades bantos — ver Anexo), assim como incorporou muitas das práticas iniciáticas da nação queto. Sua linguagem ritual, também intraduzível, originou-se predominantemente das línguas quimbundo e quicongo. Nesta “nação”, tem fundamental importância o culto dos caboclos, que são espíritos de índios, considerados pelos antigos africanos como sendo os verdadeiros ancestrais brasileiros, portanto os que são dignos de culto no novo território a que foram confinados pela escravidão. O Candomblé de caboclo é uma modalidade do angola centrado no culto exclusivo dos antepassados indígenas (Santos, 1992; M. Ferretti, 1994). Foram provavelmente o Candomblé angola e o de caboclo que deram origem à Umbanda. Há outras nações menores de origem banto, como a congo e a cambinda, hoje quase inteiramente absorvidas pela nação angola.

A nação jeje-mahin, do estado da Bahia, e a jeje-mina, do Maranhão, derivaram suas tradições e língua ritual do ewê-fon, ou jejes, como já eram chamados pelos nagôs, e suas entidades centrais são os voduns. As tradições rituais jejes foram muito importantes na formação dos Candomblés com predominância iorubá.
Iniciação no Candomblé queto

O sacerdócio e organização dos ritos para o culto dos Orixás são complexos, com todo um aprendizado que administra os padrões culturais de transe, pelo qual os deuses se manifestam no corpo de seus iniciados durante as cerimônias para serem admirados, louvados, cultuados. Os iniciados, filhos e filhas-de-santo (iaô, em linguagem ritual), também são popularmente denominados “cavalos dos deuses” uma vez que o transe consiste basicamente em mecanismo pelo qual cada filho ou filha se deixa cavalgar pela divindade, que se apropria do corpo e da mente do iniciado, num modelo de transe inconsciente bem diferente daquele do kardecismo, em que o médium, mesmo em transe, deve sempre permanecer atento à presença do espírito.

O processo de se transformar num “cavalo” é uma estrada longa, difícil e cara, cujos estágios na “nação” queto podem ser assim sumariados:

Para começar, a mãe-de-santo deve determinar, através do jogo de búzios, qual é o orixá dono da cabeça daquele indivíduo (Braga, 1988). Ele ou ela recebe então um fio de contas sacralizado, cujas cores simbolizam o seu orixá (ver Anexo), dando-se início a um longo aprendizado que acompanhará o mesmo por toda a vida. A primeira cerimônia privada a que a noviça (abiã) é submetida consiste num sacrifício votivo à sua própria cabeça (ebori), para que a cabeça possa se fortalecer e estar preparada para algum dia receber o orixá no transe de possessão. Para se iniciar como cavalo dos deuses, a abiã precisa juntar dinheiro suficiente para cobrir os gastos com as oferendas (animais e ampla variedade de alimentos e objetos), roupas cerimoniais, utensílios e adornos rituais e demais despesas suas, da família-de-santo, e eventualmente de sua própria família durante o período de reclusão iniciática em que não estará, evidentemente, disponível para o trabalho no mundo profano.

Como parte da iniciação, a noviça permanece em reclusão no terreiro por um número em torno de 21 dias. Na fase final da reclusão, uma representação material do orixá do iniciado (assentamento ou ibá-orixá) é lavada com um preparado de folhas sagradas trituradas (amassi). A cabeça da noviça é raspada e pintada, assim preparada para receber o orixá no curso do sacrifício então oferecido (orô).

Dependendo do orixá, alguns dos animais seguintes podem ser oferecidos: cabritos, ovelhas, pombas, galinhas, galos, caramujos. O sangue é derramado sobre a cabeça da noviça, no assentamento do orixá e no chão do terreiro, criando este sacrifício um laço sagrado entre a noviça, o seu orixá e a comunidade de culto, da qual a mãe-de-santo é a cabeça. Durante a etapa das cerimônias iniciáticas em que a noviça é apresentada pela primeira vez à comunidade, seu orixá grita seu nome, fazendo-se assim reconhecer por todos, completando-se a iniciação como iaô (iniciada jovem que “recebe” orixá). O orixá está pronto para ser festejado e para isso é vestido e paramentado, e levado para junto dos atabaques, para dançar, dançar e dançar.

No Candomblé sempre estão presentes o ritmo dos tambores, os cantos, a dança e a comida (Motta, 1991). Uma festa de louvor aos Orixás (toque) sempre se encerra com um grande banquete comunitário (ajeum, que significa “vamos comer”), preparado com carne dos animais sacrificados. O novo filho ou filha-de-santo deverá oferecer sacrifícios e cerimônias festivas ao final do primeiro, terceiro e sétimo ano de sua iniciação. No sétimo aniversário, recebe o grau de senioridade (ebômi, que significa “meu irmão mais velho”), estando ritualmente autorizado a abrir sua própria casa de culto. Cerimônias sacrificiais são também oferecidas em outras etapas da vida, como no vigésimo primeiro aniversário de iniciação. Quando o ebômi morre, rituais fúnebres (axexê) são realizados pela comunidade para que o orixá fixado na cabeça durante a primeira fase da iniciação possa desligar-se do corpo e retornar ao mundo paralelo dos deuses (orum) e para que o espírito da pessoa morta (egum) liberte-se daquele corpo, para renascer um dia e poder de novo gozar dos prazeres deste mundo.

Ritual e ética

O Candomblé opera em um contexto ético no qual a noção judáico-cristã de pecado não faz sentido. A diferença entre o bem e o mal depende basicamente da relação entre o seguidor e seu deus pessoal, o orixá. Não há um sistema de moralidade referido ao bem-estar da coletividade humana, pautando-se o que é certo ou errado na relação entre cada indivíduo e seu orixá particular. A ênfase do Candomblé está no rito e na iniciação, que, como se viu brevemente, é quase interminável, gradual e secreta.

O culto demanda sacrifício de sangue animal, oferta de alimentos e vários ingredientes. A carne dos animais abatidos nos sacrifícios votivos é comida pelos membros da comunidade religiosa, enquanto o sangue e certas partes dos animais, como patas e cabeça, órgãos internos e costelas, são oferecidas aos Orixás.

Somente iniciados têm acesso a estas cerimônias, conduzidas em espaços privativos denominados quartos-de-santo. Uma vez que o aprendizado religioso sempre se dá longe dos olhos do público, a religião acaba por se recobrir de uma aura de sombras e mistérios, embora todas as danças, que são o ponto alto das celebrações, ocorram sempre no barracão, que é o espaço aberto ao público. As celebrações de barracão, os toques, consistem numa seqüência de danças, em que, um por um, são honrados todos os Orixás, cada um se manifestando no corpo de seus filhos e filhas, sendo vestidos com roupas de cores específicas, usando nas mãos ferramentas e objetos particulares a cada um deles, expressando-se em gestos e passos que reproduzem simbolicamente cenas de suas biografias míticas. Essa seqüência de música e dança, sempre ao som dos tambores (chamados rum, rumpi e lé) é designada xirê, que em iorubá significa “vamos dançar”. O lado público do Candomblé é sempre festivo, bonito, esplendoroso, esteticamente exagerado para os padrões europeus e extrovertido.

Para o grande público, desatento para o difícil lado da iniciação, o Candomblé é visto como um grande palco em que se reproduzem tradições afro-brasileiras igualmente presentes, em menor grau, em outras esferas da cultura, como a música e a escola de samba. Para o não iniciado, dificilmente se concebe que a cerimônia de celebração no Candomblé seja algo mais que um eterno dançar dos deuses africanos.

Seguidores e clientes

O Candomblé atende a uma grande demanda por serviços mágico-religiosos de uma larga clientela que não necessariamente toma parte em qualquer aspecto das atividades do culto. Os clientes procuram a mãe ou pai-de-santo para o jogo de búzios, o oráculo do Candomblé, através do qual problemas são desvendados e oferendas são prescritas para sua solução. O cliente paga pelo jogo de búzios e pelo sacrifício propiciatório (ebó) eventualmente recomendado. O cliente em geral fica sabendo qual é o orixá dono de sua cabeça e pode mesmo comparecer às festas em que se faz a celebração de seu orixá, podendo colaborar com algum dinheiro no preparo das festividades, embora não sele nenhum compromisso com a religião. O cliente sabe quase nada sobre o processo iniciático e nunca toma parte nele.

Entretanto, ele tem uma dupla importância: antes de mais nada, sua demanda por serviços ajuda a legitimar o terreiro e o grupo religioso em termos sociais.

Segundo, é da clientela que provém, na maioria dos terreiros, uma substancial parte dos fundos necessários para as despesas com as atividades sacrificiais.

Comumente, sacerdotes e sacerdotisas do Candomblé que adquirem alto grau de prestígio na sociedade inclusiva gostam de nomear, entre seus clientes, figuras importantes dos mais diversos segmentos da sociedade.

Devotos das religiões afro-brasileiras podem cultuar também outras entidades que não os Orixás africanos, como os caboclos (espíritos de índios brasileiros) e encantados (humanos que teriam vivido em outras épocas e outros países). Durante o transe ritual, os caboclos conversam com seus seguidores e amigos, oferecendo conselhos e fórmulas mágicas para o tratamento de todos os tipos de problemas. A organização dos panteões de divindades africanas nos terreiros varia de acordo com cada nação de Candomblé (Santos, 1992; M. Ferretti, 1993). Caboclos e pretos-velhos (espíritos de escravos) são centrais na Umbanda, em que estas entidades têm papel mais importante no cotidiano da religião do que os próprios Orixás.

III: Comportamento humano como herança dos Orixás

Segundo o Candomblé, cada pessoa pertence a um deus determinado, que é o senhor de sua cabeça e mente e de quem herda características físicas e de personalidade. É prerrogativa religiosa do pai ou mãe-de-santo descobrir esta origem mítica através do jogo de búzios. Esse conhecimento é absolutamente imperativo no processo de iniciação de novos devotos e mesmo para se fazerem previsões do futuro para os clientes e resolver seus problemas. Embora na África haja registro de culto a cerca de 400 Orixás, apenas duas dezenas deles sobreviveram no Brasil. A cada um destes cabe o papel de reger e controlar forças da natureza e aspectos do mundo, da sociedade e da pessoa humana. Cada um tem suas próprias características, elementos naturais, cores simbólicas, vestuário, músicas, alimentos, bebidas, além de se caracterizar por ênfase em certos traços de personalidade, desejos, defeitos, etc. (ver Anexo). Nenhum orixá é nem inteiramente bom, nem inteiramente mau. Noções ocidentais de bem e mal estão ausentes da religião dos Orixás no Brasil. E os devotos acreditam que os homens e mulheres herdam muitos dos atributos de personalidade de seus Orixás, de modo que em muitas situações a conduta de alguém pode ser espelhada em passagens míticas que relatam as aventuras dos Orixás. Isto evidentemente legitima, aos olhos da comunidade de culto, tanto as realizações como as faltas de cada um.

Vejamos abreviadamente algumas das características de personalidade mais usualmente atribuídas aos Orixás por seus seguidores[7]:

Exu

Deus mensageiro, divindade trickster, o trapaceiro. Em qualquer cerimônia é sempre o primeiro a ser homenageado, para se evitar que se enraiveça e atrapalhe o ritual. Guardião das encruzilhadas e das portas da rua. Sincretizado com o Diabo católico. Seus símbolos são um porrete fálico e tridentes de ferro. Os seguidores acreditam que as pessoas consagradas a Exu são inteligentes, sexy, rápidas, carnais, licenciosas, quentes, eróticas e sujas. Filhos de Exu gostam de comer e beber em demasia. Não se deve confiar nunca num filho ou numa filha de Exu. Eles são os melhores, mas eles decidem quando o querem ser. Não são dados ao casamento, gostam de andar sozinhos pelas ruas, bebendo e observando os outros para apanhá-los desprevenidos. Deve-se pagar a Exu com dinheiro, comida, atenção sempre que se precise de um favor dele. Como o pai, filhos de Exu nunca fazem nada sem paga. A saudação a Exu é Laroyê!

Ogum

Deus da guerra, do ferro, da metalurgia e da tecnologia. Sincretizado com Santo Antônio e São Jorge. É o orixá que tem o poder de abrir os caminhos, facilitando viagens e progressos na vida. Os estereótipos mostram os filhos de Ogum como teimosos, apaixonados e com certa frieza racional. Eles são muito trabalhadores, especialmente moldados para o trabalho manual e para as atividades técnicas.

Embora eles usualmente façam qualquer coisa por um amigo, os filhos e filhas de Ogum não sabem amar sem machucar: despedaçam corações. Acredita-se que sejam muito bem dotados sexualmente, tanto quanto os filhos de Exu, irmão de Ogum. Embora eles possam ter muitos interesses, os filhos de Ogum preferem as coisas práticas, detestando qualquer trabalho intelectual.

Eles dão bons guerreiros, policiais, soldados, mecânicos, técnicos. Saudação: Ogunhê!

Oxóssi

Deus da caça. Sincretizado com São Jorge e São Sebastião. Orixá da fartura. Seus filhos são elegantes, graciosos, xeretas, curiosos e solitários. Embora dêem bons pais e boas mães, têm sempre dificuldade com o ser amado. São amigáveis, pacientes e muitas vezes ingênuos. Os filhos de Oxóssi têm aparência jovial e parece que estão sempre à procura de alguma coisa. Não conseguem ser monogâmicos. Têm de caçar noite e dia. Por isso são considerados irresponsáveis. De fato, eles se sentem livres para quebrar qualquer compromisso que não lhes agrade mais. Dificilmente eles se sentem obrigados a comparecer a um encontro marcado, quando outra coisa mais interessante cruza o seu caminho. Okê arô!

Obaluaiê ou Omulu

Deus da varíola, das pragas e doenças. É relacionado com todo o tipo de mal físico e suas curas. Associado aos cemitérios, solos e subsolos. Sincretizado com São Lázaro e São Roque. Seus filhos aparentam um aspecto deprimido. São negativos, pessimistas, inspirando pena. Eles parecem pouco amigos, mas é porque são tímidos e envergonhados. Seja amigo de um deles e você descobrirá que tudo o que eles precisam para ser as melhores pessoas do mundo é de um pouco de atenção e uma pitada de amor. Quando envelhecem, alguns se tornam sábios, outros parecem completos idiotas. É que apenas querem ficar sozinhos. Atotô!

Xangô

Deus do trovão e da justiça. Sincretizado com São Jerônimo. Seus filhos se dão bem em atividades e assuntos que envolvem justiça, negócios e burocracia. Sentem que nasceram para ser reis e rainhas, mas usualmente acabam se comportando como plebeus. São teimosos, resolutos e glutões; gananciosos por dinheiro, comida e poder. Uma pessoa de Xangô gosta de se mostrar com muitos amantes, embora não sejam reconhecidos como pessoas capazes de grandes proezas sexuais. Vivem para lutar e para envolver as pessoas que o cercam na sua própria e interminável guerra pessoal. Gostam de criar suas famílias, protegendo seus rebentos além do usual. Por isso são muito bons amigos e excelentes pais. Kaô kabiesile!

Oxum

Deusa da água doce, do ouro, da fertilidade e do amor. Sincretizada com Nossa Senhora das Candeias. Senhora da vaidade, ela foi a esposa favorita de Xangô.

Os filhos e filhas de Oxum são pessoas atrativas, sedutoras, manhosas e insinuantes. Elas sabem como manobrar os seus amores; são boas na feitiçaria e na previsão do futuro. Adoram adivinhar segredos e mistérios. São orgulhosas da beleza que pensam ter por direito natural. Podem ser muito vaidosas, atrevidas e arrogantes. Dizem que sabem tudo do amor, do namoro e do casamento, mas têm muita dificuldade em criar seus filhos adequadamente, muitas vezes até se esquecendo que eles existem. Não gostam da pobreza e nem da solidão.

Saudação: Ora yeyê ô!

Iansã ou Oiá

Deusa dos raios, dos ventos e das tempestades. É a esposa de Xangô que o acompanha na guerra. Orixá guerreira que leva a alma dos mortos ao outro mundo.

Sincretizada com Santa Bárbara. Seus filhos e filhas são mais dotados para a prática do sexo do que para o cultivo do amor. Deusa do erotismo, ela é uma espécie de entidade feminista. As pessoas de Iansã são brilhantes, conversadoras, espalhafatosas, bocudas e corajosas. Detestam fazer pequenos serviços em favor dos outros, pois sentem que isso contraria sua majestade. Elas podem dar a vida pela pessoa amada, mas jamais perdoam uma traição. Eparrei!

Iemanjá

Deusa dos grandes rios, dos mares, dos oceanos. Cultuada no Brasil como mãe de muitos Orixás. Sincretizada com Nossa Senhora da Conceição.

Freqüentemente representada por uma sereia, sua estátua pode ser vista em quase todas as cidades ao longo da costa brasileira. Ela é a grande mãe, dos Orixás e do Brasil, a quem protege como padroeira, sendo igualmente Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Os filhos e filhas de Iemanjá tornam-se bons pais e boas mães. Protegem seus filhos como leões. Seu maior defeito é falar demais; são incapazes de guardar um segredo. Gostam muito do trabalho e de derrotar a pobreza. Fisicamente são pessoas pouco atraentes, mulheres de bustos exagerados, e sua presença entre outras pessoas é sempre pálida.

Saudação: Odoyá!

Oxalá

Deus da criação. Sincretizado com Jesus Cristo. Seus seguidores vestem-se de branco às sextas-feiras. É sempre o último a ser louvado durante as cerimônias religiosos afro-brasileiras; é reverenciado pelos demais Orixás. Como criador, ele modelou os primeiros seres humanos.

Quando se revela no transe, apresenta-se de duas formas: o velho Oxalufã, cansado e encurvado, movendo-se vagarosamente, quase incapaz de dançar; o jovem Oxaguiã, dançando rápido como o guerreiro. Por ter inventado o pilão para preparar o inhame como seu prato favorito, Oxaguiã é considerado o criador da cultura material. Ao invés de sacrifício de sangue de animais quentes, Oxalá prefere o sangue frio dos caracóis. Os filhos de Oxalá gostam do poder, do trabalho criativo, apreciam ser bem tratados e mostram-se mandões e determinados na relação com os outros. São melhores no amor do que no sexo, gostam muito de aprender e de ensinar, mas nunca ensinam a lição completamente. São calados e chatos. Gostam de desafios, são muito bons amigos e muito bons adversários aos que se atrevem a se opor a eles. Povo de Oxalá nunca desiste. Epa Babá!

“Tal pai, tal filho.” Assim, cada orixá tem um tipo mítico que é religiosamente atribuído aos seus descendentes, seus filhos e filhas. Através de mitos, a religião fornece padrões de comportamento que modelam, reforçam e legitimam o comportamento dos fiéis (Verger, 1957, 1985b).

De fato, o seguidor do Candomblé pode simplesmente tomar os atributos do seu orixá como se fossem os seus próprios e tentar se parecer com ele, ou reconhecer através dos atributos da divindade bases que justificam sua conduta. Os padrões apresentados pelos mitos dos Orixás podem assim ser usados como modelo a ser seguido, ou como validação social para um modo de conduta já presente. Um iniciado pode, ao familiarizar-se com seus estereótipos míticos, identificar-se com eles e reforçar certos comportamento, ou simplesmente chamar a atenção dos demais para este ou aquele traço que sela sua identidade mítica. Mudar ou não o comportamento não é importante; o que conta é sentir-se próximo do modelo divino.

Além de seu orixá dono da cabeça, acredita-se que cada pessoa tem um segundo orixá, que atua como uma divindade associada (juntó) que complementa o primeiro.

Diz-se, por exemplo: “sou filho de Oxalá e Iemanjá”. Geralmente, se o primeiro é masculino, o segundo é feminino, e vice-versa, como se cada um tivesse pai e mãe. A segunda divindade tem papel importante na definição do comportamento, permitindo opera-se com combinações muito ricas. Como cada orixá particular da pessoa deriva de uma qualidade do orixá geral, que pode ser o orixá em idade jovem ou já idoso, ou o orixá em tempo de paz ou de guerra, como rei ou como súdito etc. etc., a variações que servem como modelos são quase inesgotáveis.

Às vezes, quando certas características incontestes de um orixá não se ajustam a uma pessoa tida como seu filho, não é incomum nos meios do Candomblé duvidar-se daquela filiação, suspeitando-se que aquele iniciado está com o “santo errado”, ou seja, mal identificado pela mãe ou pai-de-santo responsável pela iniciação. Neste caso, o verdadeiro orixá tem que ser descoberto e o processo de iniciação reordenado. Pode acontecer também a suspeita de que o santo está certo, mas que certas passagens míticas de sua biografia, que explicariam aqueles comportamentos, estão perdidas. No Candomblé sempre se tem a idéia de que parte do conhecimento mítico e ritual foi perdido na transposição da África para o Brasil, e de que em algum lugar existe uma verdade perdida, um conhecimento esquecido, uma revelação escondida. Pode-se mudar de santo, ou encetar interminável busca deste conhecimento “faltante”, busca que vai de terreiro em terreiro, de cidade em cidade, na rota final para Salvador — reconhecidamente o grande centro do conhecimento sacerdotal, do axé —, e às vezes até a África e não raro à mera etnografia acadêmica. Reconhece-se que falta alguma coisa que precisa ser recuperada, completada. A construção da religião, de seus deuses, símbolos e significados estará sempre longe de ter se completado. Os seguidores, evidentemente, nunca se dão conta disso.

IV: Religiões éticas e religiões mágicas

O Candomblé é uma religião basicamente ritual e a-ética, que — talvez por isso mesmo — veio a se constituir como uma alternativa sacral importante para diferentes segmentos sociais que vivem numa sociedade como a nossa, em que ética, código moral e normas de comportamento estritas podem valer pouco, ou comportar valores muito diferentes.

Nas religiões éticas, a mística extática, a experiência religiosa do transe (que é o caso do Candomblé), dá lugar ao experimentar a idéia de dever, retribuição e piedade para com o próximo, que é o fundamento religioso — e da religião — do modo de vida, a razão de existência e o meio de salvação. A transgressão deixa de estar relacionada com a impropriedade ritual para ser a transgressão de um princípio, ético, normativo. Nesse tipo, a religião é fonte e guardiã da moralidade entre os homens, já que deus é a potência ética plena e em si. Nas religiões mágicas, ao contrário, não há a idéia de salvação, a de busca necessária de um outro mundo em que a corrupção está superada, mas sim a procura de interferência neste mundo presente através do uso de forças sagradas que vêm, elas sim, do outro mundo.

Nesta classe de religiões mágicas e rituais podemos perfeitamente enxergar o Candomblé: “Seus deuses são fortes, com paixões análogas às dos homens, alternadamente valentes ou pérfidos, amigos e inimigos entre si e contra os homens, mas em todo caso inteiramente desprovidos de moralidade, e, tanto quanto os homens, passíveis de suborno, mediante o sacrifício, e coagidos por procedimentos mágicos que fazem com que os homens venham a se tornar, pelo conhecimento que estes acabam tendo dos deuses todos, mais fortes do que os próprios deuses” (Weber, 1969, v.2: 909). Esses deuses, que são tantos, e nem mesmo se conhecem entre si, mas que são conhecidos pelo sacerdote-feiticeiro, que pode, inclusive, jogar um contra o outro para obter favores para os homens, esses deuses nunca chegam a ser potências éticas que exigem e recompensam o bem e castigam o mal; eles estão preocupados com a sua própria sobrevivência e, para isso, com o cuidado de seus adeptos particulares.

Daí as religiões mágicas não se caracterizarem pela existência de um pacto geral de luta do bem contra o mal. Nelas, o sacerdócio e o cumprimento de prescrições rituais têm finalidade meramente utilitária de manipulação do mundo natural e não natural, de exercício de poder sobre forças e entidades sobrenaturais maléficas e demoníacas, de ataque e defesa em relação à ação do outro, que é sempre um inimigo potencial, um oponente. Não há uma teodicéia capaz de nuclear a religião e nem desenvolver especulações éticas sobre a ordem cósmica, mesmo porque a religião — no caso do Candomblé — já se desenvolveu como uma colcha de retalhos, fragmentos cuja unidade vem sendo ainda buscada por alguns de seus adeptos que se põem esta questão da explicação da ordem cósmica, ainda que num plano que precede o encontro de um fim transcendente, e que se ampara numa etnografia que relativisa as culturas e legitima como igualmente uniorganizadoras do cosmo as diferentes formas de religião. Por exemplo, Juana dos Santos, em Os nagô e a morte (1986), parte de uma base empírica oferecida por suas pesquisas no Brasil e na África, e com uma reinterpretação apoiada na etnografia, cria, no papel, uma religião que não se pode encontrar nem no Brasil nem na África, propondo para cada dimensão ritual da religião que ela reconstitui significados que procuram dar às partes o sentido de um todo, dando-se à religião uma forma acabada que ela não tem.

Creio não ser difícil imaginar que o Candomblé, de fato, comporta elementos desses dois grandes tipos de religião, mas no conjunto se aproxima mais das religiões mágicas e rituais, e, como religião de serviço, chega praticamente a se colar no tipo estrito de religião mágica. O próprio movimento recente de abandono do sincretismo católico leva a um certo esvaziamento axiológico, esvaziamento de uma ética, ainda que tênue, partilhada em comunidades de Candomblé antigas, emprestada do catolicismo, ou imposta por ele, uma vez que as questões de moralidade foram um terreno que o catolicismo dominador reservou para si e para seu controle no curso da formação das religiões negras no Brasil. Neste movimento, entretanto, o Candomblé não pode mais voltar à tribo original nem ao modelo de justiça tradicional do ancestral, o egungun, para regrar a conduta na vida cotidiana. E nem precisa disto, pois não é mais no grupo fechado que está hoje sua força e sua importância como religião.

De todo modo, foi exatamente o desprendimento do Candomblé de suas de amarras étnicas originais que o transformou numa religião para todos, ainda que sendo (ou talvez porque) uma religião aética, permitindo também a oferta de serviços mágicos para uma população fora do grupo de culto, que está habituada a compor, com base em muitos fragmentos de origens diferentes, formas privadas, às vezes até pessoais, de interpretação do mundo e de intervenção nele por meios objetivos e subjetivos e cujo acesso está codificado numa relação de troca, numa relação comercial para um tipo de consumo imediato, diversificado e particularizável que é contraposto ao consumo massificado que a sociedade pressupõe e obriga. Estou me referindo especialmente a indivíduos de classe média que usam experimentar códigos com os quais não mantêm vínculos e compromissos duradouros, e que o fazem por sua livre escolha, podendo contar com um repertório tanto mais variado quanto possível.

V: Uma religião para os excluído

Os cultos dos Orixás no Brasil, dos quais excluo em grande parte a Umbanda, pela dimensão kardecista-católica que compõe seu plano de moralidade, mas nos quais incluo as formas do Candomblé baiano, do xangô pernambucano, batuque gaúcho, tambor-de-mina do Nordeste ocidental etc., têm sido, pelo menos desde os anos 30, e ininterruptamente, verdadeiros redutos homossexuais, de homossexuais de classe social inferior. Com exceção de Ruth Landes, em seu escrito de 1940 (Landes, 1967), até bem pouco tempo os pesquisadores que erigiram a literatura científica sobre o Candomblé sempre esconderam este fato, ou ao menos o relevaram como traço de algum terreiro “culturalmente decadente”. Ora, o homossexualismo está presente mesmo nas casas mais tradicionais do país, não viu quem não quis (sobre estudos contemporâneos, ver bibliografia em Teixeira, 1987).

O homossexual, sobretudo o homem, sempre foi obrigado a publicizar a sua intimidade como único meio de encontrar parceria sexual, e, ao publicizar sua intimidade, obrigava-se a desempenhar um papel social que não pusesse em risco a sua busca de parceiro, isto é, que não pusesse em risco o parceiro potencial, um papel que o mostrava como o de fora, o diferente, o não incluído, mas que ainda assim não chegava a oferecer qualquer risco de “contaminação” do parceiro, que para efeito público não chegava nunca a mudar de papel sexual.

Sua diferença o obrigou a desenvolver padrões de conduta que o identificasse facilmente: para ser homossexual era preciso mostrar-se homossexual. Pois nenhuma instituição social no Brasil, afora o Candomblé, jamais aceitou o homossexual como uma categoria que não precisa necessariamente esconder-se, anulando-o enquanto tal. Só com os movimentos gay de origem norte-americana, a partir dos anos 60, é que se buscou quebrar a idéia de que o homossexual tinha que “parecer” diferente, num jogo que valorizou a semelhança e que, talvez, tenha dado suporte para a guetificação e “formação demográfica” dos hoje denominados “grupos de risco” da AIDS.

Esta aceitação de um grupo tão problemático para outras instituições, religiosas ou não, também demonstra a aceitação que o Candomblé tem deste mundo, mesmo quando, no extremo, trata-se do mundo da rua, do cais do porto, dos meretrícios e portas de cadeia. Grandíssima e exemplar é a capacidade do Candomblé de juntar os santos aos pecadores, o maculado ao limpo, o feio ao bonito. Se concordarmos que as maiores concentrações relativas de homossexuais e bissexuais ocorrem nas grandes cidades, onde podem refugiar-se no anonimato e na indiferença que os grandes centros oferecem (além de oferecerem locais e instituições de publicização, que na cidade grande podem funcionar como espaços fechados, isto é, públicos porém privatizados), encontramos uma razão a mais para o sucesso do Candomblé em São Paulo — a possibilidade de fazer parte de um grupo religioso, isto é, voltado para o exercício da fé, mas que ao mesmo tempo é lúdico, reforçador da personalidade, capaz de aproveitar os talentos estéticos individuais e, por que não?, um nada desprezível meio de mobilidade social e acumulação de prestígio, coisas muito pouco ou nada acessíveis aos homossexuais em nossa sociedade. Ainda mais quando se é pobre, pardo, migrante, pouco escolarizado. O Candomblé é assim, de fato, uma religião apetrechada para oferecer estratégias de vida que as ciências sociais jamais imaginaram.

Esta relação entre sacerdócio e homossexualidade não é prerrogativa nem do Candomblé e nem de nossa civilização. Mas o que faz do Candomblé uma religião tão singular é o fato de que todos os seus adeptos devem exercer necessariamente algum tipo de cargo sacerdotal. E qualquer que seja o cargo sacerdotal ocupado, ninguém precisa esconder ou disfarçar suas preferências sexuais. Ao contrário, pode até usar o cargo para legitimar a preferência, como se usa o orixá para explicar a diferença. Para melhor entendermos isso tudo, entretanto, teríamos também que não deixar esquecido o fato de contarmos inclusive com variantes de uma sociabilidade, jeitos de ser e de viver, vivenciadas por grande parte da população brasileira mais pobre (que de todo lugar do país vai se juntando nas periferias metropolitanas), hoje não importando muito mais sua origem de cor, mas que é resultante também do nosso recente passado escravista, que amputava normas de conduta, suprimia instituições familiares e aleijava até mesmo as religiões das populações escravas. Donde fica evidentíssimo ser o Candomblé uma religião brasileira muito mais que a simples reprodução de cultos africanos aos Orixás como existiram e como existem além-mar. Considero bastante significativo o fato de o culto aos Orixás, no Brasil, ter se “descolado” do culto dos antepassados, os egunguns a que já me referi (os quais aqui ganharam um culto à parte nos Candomblés de egungun).

Na África, eles não eram apenas partes de um mesmo universo religioso: o orixá era cultuado para zelar pela família e pelo indivíduo, o antepassado era cultuado para cuidar da comunidade como um todo. O antepassado garantia a regra, o orixá garantia a força sagrada agindo sobre a natureza.

Mas se o Candomblé libera o indivíduo, ele libera também o mundo. Ele não tem uma mensagem para o mundo, não saberia o que fazer com ele se lhe fosse dado transformá-lo, não é uma religião da palavra, nunca será salvacionista. É sem dúvida uma religião para a metrópole, mas somente para uma parte dela, como é destino das outras religiões hoje. O Candomblé pode ser a religião ou a magia daquele que já se fartou da transcendência despedaçada pelo consumo da razão, da ciência e da tecnologia e que se encontrou desacreditado do sentido de um mundo inteiramente desencantado — e o Candomblé será aí uma religião aética para uma sociedade pós-ética. Mas também pode ser a religião e a magia daquele que sequer chegou a experimentar a superação das condições de vida calçadas por uma certa sociabilidade do salve-se quem puder, onde o outro não conta e, quando conta, conta ou como opressor ou como vítima potencial, como inimigo, como indesejável, como o que torna demasiado pesado o fardo de viver num mundo que parece ser por demais desordenado — e o Candomblé poderá ser então uma religião aética para uma sociedade pré-ética.

VI: Sacerdotes e feiticeiros

No Candomblé, a iniciação significa fazer parte dos quadros sacerdotais, que são basicamente de duas naturezas (dos que entram em transe e dos que não), organizados hierarquicamente e que pressupõem um tipo de mobilidade ex opere operato. Todo iaô que passar por suas obrigações pode chegar a pai-de-santo ou mãe-de-santo, independentemente de seu comportamento na vida cotidiana, isto é, fora dos limites impostos pelas obrigações rituais do devoto para com seu deus e alheio aos deveres de lealdade para com o seu iniciador, o qual, entretanto, pode ser substituído por outro através de adoção ritual, sempre que ocorrer, por um motivo ou outro, quebra pública desta relação de lealdade e dependência.

Ser pai ou mãe-de-santo não é aspiração de todos os iniciados, nem jamais pode ser em se tratando da categoria dos ebômis não rodantes (equedes e ogãs).

Entretanto, é perspectiva muito importante para boa parcela dos adeptos. Provenientes, em geral, de classes sociais baixas (e agora não importa mais se são brancos ou se negros) vir a ser um pai-de-santo representa para os iniciados a possibilidade de exercer uma profissão que, nascida como ocupação voltada para os estratos baixos e de origem negra, passou recentemente, ao compor os quadros dos serviços de oferta generalizada a todos os seguimentos sociais, a reivindicar o status de uma profissão de classe média, como já ocorreu com outras atividades profissionais e em outros contextos sociais (Hobsbawn, 1984: 299).

O pai-de-santo não é mais a figura escondida, perseguida, desprezada. Ele tem visibilidade na sociedade e transita o tempo todo nos meios de classe média, que o buscam em seu terreiro e, assim fazendo, tiram-no do anonimato.

Ao mostrar-se em público, o pai-de-santo vê-se obrigado a ostentar símbolos que expressem a sua profissão. Não contando com cabedal intelectual adquirido na escola — o que é decisivo na identidade de classe média da maioria das profissões não proletárias, ainda que simbolicamente — o pai e a mãe-de-santo fazem-se perceber por um estilo de vestuário e um excesso de jóias ou outros enfeites levados no pescoço, na cabeça, na cintura e nos pulsos, que dão a impressão de serem originalmente africanos ou de origem africana, mas cuja “tradição” não tem mais que meio século. Ele e ela fazem-se diferentes e, quanto mais diferentes, melhor. Um outro “sinal” de prestígio amealhado com freqüência por sacerdotes do Candomblé, bem como da Umbanda, são as medalhas e comendas concedidas por inúmeras sociedades medalhísticas de finalidade autopromocional, e que servem para substituir, às vezes com vantagens, os diplomas e graus universitários. Tudo isto faz parte de um processo de mobilidade social que está ao alcance de pessoas que, por suas origens sociais, dificilmente encontrariam outro canal de ascensão social. A mobilidade e a visibilidade social que sua profissão agora pressupõe são importantes para conferir ao pai-de-santo uma presença voltada para fora do terreiro, que lhe garanta um fluxo de clientes cujo pagamento por serviços mágicos permite a constituição de um fundo econômico que facilita, no mínimo materialmente, a sua realização como líder religioso de seu grupo de adeptos, numa religião em que o dispêndio material é muito grande e decididamente muito significativo.

Este pai-de-santo e esta mãe-de-santo são sacerdotes de uma religião em que as tensões entre magia e prática religiosa estão descartadas. Pode-se finalmente ser, ao mesmo tempo, o sacerdote e o feiticeiro, numa situação social em que cada um destes papéis reforçará o outro. E numa sociedade em que cada um deles estará orientado, preferencialmente, para grupos, e até mesmo classes sociais, diferentes.

Ao se realizar como instituição legitimada de prática mágica, o Candomblé na metrópole faz parte publicamente do jogo de múltiplos aspectos através do qual cada grupo ou cada pessoa, individualmente, é capaz de construir sua própria fonte de explicação, de transcendência e de intervenção no mundo. A capacidade de se manter como religião aética, que o Candomblé demonstra ter, permite-lhe vantajosa flexibilidade em relação às outras religiões éticas e a abertura para um mercado religioso de consumo ad hoc, por parte dos clientes não religiosos, que as religiões de conversão em geral não têm. A racionalização do jogo de búzios e do ebó (ao se apresentarem como menos sacralizados do que na verdade o são), o atendimento privativo e com hora marcada, o anonimato do serviço, a explicitação do pagamento monetário na relação de troca, a presença do pai-de-santo num mercado público regido por regras de eficiência e competência profissional, bem como suas próprias regras aéticas no plano do grupo religioso, fazem desta religião tribal de deuses africanos uma religião para a metrópole, onde o indivíduo é cada vez mais um bricoleur.

Nesta sociedade metropolitana — no rastro das transformações sociais de âmbito mundial dos últimos cinqüenta anos — a construção de sistemas de significados depende cada vez mais da vontade de grupos e indivíduos. Neste movimento, os temas religiosos relevantes, como afirma Luckmann, podem ser selecionados a partir de diferentes preferências particulares. No limite, cada indivíduo pode ter o seu particular e pessoal modelo de religiosidade independente dos grandes sistemas religiosos totalizadores que marcaram, até bem pouco, a história da humanidade.

Os deuses tribais africanos adotados na metrópole não são mais os deuses da tribo. São deuses de uma civilização em que o sentido da religião e da magia passou a depender, sobretudo, do estilo de subjetividade que o homem, em grupo ou solitariamente, escolhe para si.

VII: A religião dos Orixás na sociedade contemporânea

O Candomblé, tal como existe hoje nos grandes centros urbanos do Brasil, é capaz de oferecer a seus seguidores algo diferente daquilo que a religião dos Orixás, em tempos mais antigos, podia certamente propiciar, quando sua presença significava para o escravo a ligação afetiva e mágica ao mundo africano do qual fora arrancado pela escravidão. Quando o Candomblé se organizou no Nordeste, no século 19, ele permitia ao iniciado a reconstrução simbólica, através do terreiro, da sua comunidade tribal africana perdida. Primeiro ele é o elo com o mundo original. Ele representava, assim, o mecanismo através do qual o negro africano e brasileiro podia distanciar-se culturalmente do mundo dominado pelo opressor branco. O negro podia contar com um mundo negro, fonte de uma África simbólica, mantido vivo pela vida religiosa dos terreiros, como meio de resistência ao mundo branco, que era o mundo do trabalho, do sofrimento, da escravidão, da miséria. Bastide mostrou como a habilidade do negro, durante o período colonial, de viver em dois diferentes mundos ao mesmo tempo era importante para evitar tensões e resolver conflitos difíceis de suportar sob a condição escrava (Bastide, 1975). Logo, o mesmo negro que reconstruiu a África nos Candomblés, reconheceu a necessidade de ser, sentir-se e se mostrar brasileiro, como única possibilidade de sobrevivência, e percebeu que para ser brasileiro era absolutamente imperativo ser católico, mesmo que se fosse também de orixá. O sincretismo se funda neste jogo de construção de identidade. O Candomblé nasce católico quando o negro precisa ser também brasileiro.

Quando o Candomblé, a partir dos anos 1960, deslancha a caminho de se tornar religião universal, afrouxa-se seu foco nas diferenças raciais e ele vai deixando para trás seu significado essencial de mecanismo de resistência cultural, embora continue a prover esse mecanismo a muitas populações negras que vivem de certo modo econômica e culturalmente isoladas em regiões tradicionais do Brasil. As novas condições de vida na sociedade brasileira industrializada fazem mudar radicalmente o sentido sociológico do Candomblé.

Se até poucas décadas atrás ele significava uma reação à segregação racial numa sociedade tradicional, em que as estruturas sociais tinham mais o aspecto de estamentos que de classes, agora ele tem o sentido de escolha pessoal, livre, intencional: alguém adere ao Candomblé não pelo fato de ser negro, mas porque sente que o Candomblé pode fazer sua vida mais fácil de ser vivida, porque então talvez se possa ser mais feliz, não importa se se é branco ou negro[8]. Evidentemente, embora o processo de escolha religiosa possa ter conseqüências sociais significativas para a sociedade como um todo — na medida que com a escolha certas religiões podem ser mais reforçadas e neste sentido ter aumentada sua influência na sociedade — qualquer eficácia da religião no que diz respeito à esfera íntima só pode ser avaliada pelo indivíduo que a ela se converte.

O desatar de laços étnicos que, no curso da últimas três décadas, tem transformado o Candomblé numa religião para todos, também propiciou um nada desprezível alargamento da oferta de serviços mágicos para a população exterior aos grupos de culto. Uma clientela já acostumada a compor visões de mundo particulares a partir de fragmentos originários de diferentes métodos e fontes de interpretação da vida. O Candomblé oferece símbolos e sentidos hoje muito valorizados pela música, literatura, artes em geral, os quais podem ser fartamente usados pela clientela na composição dessa visão de mundo caleidoscópica, sem nenhum compromisso religioso. O cliente de classe média que vai aos Candomblés para jogar búzios e fazer ebós é o bricoleur que também tem procurado muitas outras fontes não racionais de sentido para a vida e de cura para males de toda natureza. Certamente o Candomblé deste cliente é bem diferente do Candomblé do iniciado, mas nenhum deles contradiz o sentido do outro.

O Candomblé é uma religião que tem no centro o rito, as fórmulas de repetição, pouco importando as diferenças entre o bem e o mal no sentido cristão. O Candomblé administra a relação entre cada orixá e o ser humano que dele descende, evitando, através da oferenda, os desequilíbrios desta relação que podem provocar a doença, a morte, as perdas materiais, o abandono afetivo, os sofrimentos do corpo e da alma e toda sorte de conflito que leva à infelicidade. Como religião em que não existe a palavra no sentido ético, nem a conseqüente pregação moral, o Candomblé (juntamente com a Umbanda, que contudo tem seu aspecto de religião aética atenuado pela incorporação de virtudes teologais do kardecismo, como a caridade) é sem dúvida uma alternativa religiosa importante também para grupos sociais que vivem numa sociedade como a nossa, em que a ética, os códigos morais e os padrões de comportamento estritos podem ter pouco, variado e até mesmo nenhum valor.

O Candomblé é uma religião que afirma o mundo, reorganiza seus valores e também reveste de estima muitas das coisa que outras religiões consideram más: por exemplo, o dinheiro, os prazeres (inclusive os da carne), o sucesso, a dominação e o poder. O iniciado não tem que internalizar valores diferentes daqueles do mundo em que ele vive. Ele aprende os ritos que tornam a vida neste mundo mais fácil e segura, mundo pleno de possibilidades de bem-estar e prazer. O seguidor do Candomblé propicia os deuses na constante procura do melhor equilíbrio possível (ainda que temporário) entre aquilo que ele é e tem e aquilo que ele gostaria de ser e ter. Nessa procura, é fundamental que o iniciado confie cegamente em sua mãe-de-santo. Guiado por ela, este fiel aprende, ano após ano, a repetir cada uma das fórmula iniciáticas necessárias à manipulação da força sagrada da natureza, o axé. Não se pode ser do Candomblé sem constantemente refazer o rito, como não se pode ser evangélico sem constantemente examinar a própria consciência à procura da culpa que delata a presença das paixões que precisam ser exorcizadas. O bom evangélico, para se salvar da danação eterna, precisa aniquilar seus desejos mais escondidos; o bom filho-de-santo precisa realizar todos os seus desejos para que o axé, a força sagrada de seu orixá, de quem é continuidade, possa se expandir e se tornar mais forte. Aceitando o mundo como ele é, o Candomblé aceita a humanidade, situando-a no centro do universo, apresentando-se como religião especialmente dotada para a sociedade narcisista e egoísta em que vivemos.

Porque o Candomblé não distingue entre o bem e o mal do modo como aprendemos com o cristianismo, ele tende a atrair também toda sorte de indivíduos que têm sido socialmente marcados e marginalizados por outras instituições religiosas e não religiosas. Isto mostra como o Candomblé aceita o mundo, mesmo quando ele é o mundo da rua, da prostituição, dos que já cruzaram as portas da prisão. O Candomblé não discrimina o bandido, a adúltera, o travesti e todo tipo de rejeitado social.

Mas se o Candomblé libera o indivíduo, ele também libera o mundo: não tem para este nenhuma mensagem de mudança; não deseja transformá-lo em outra coisa, como se propõem, por exemplo, os católicos que seguem a Teologia da Libertação, sempre interessados em substituir este mundo por outro mais justo.

O Candomblé se preocupa sobretudo com aspectos muito concretos da vida: doença, dor, desemprego, deslealdade, falta de dinheiro, comida e abrigo — mas sempre tratando dos problemas caso a caso, indivíduo a indivíduo, pois não se trabalha aqui com a noção de interesses coletivos, mas sempre com a de destino individual. O Candomblé também pode ser a religião ou a magia daquele que já se fartou dos sentidos dados pela razão, ciência e tecnologia, e que deixou de acreditar no sentido de um mundo totalmente desencantado, que deixou para trás a magia, em nome da eficácia do secular pensamento moderno. Talvez o Candomblé possa ser a religião daquele que não consegue atinar com o senso de justiça social suficiente para resolver muitos dos problemas que cada indivíduo enfrenta no curso de sua vida pelo mundo desencantado.

O Candomblé também oferece a seus iniciados e simpatizantes uma particular possibilidade de prazeres estéticos, que se esparrama pelas mais diferentes esfera da arte e da diversão, da música à cozinha, do artesanato à escola de samba, além da fascinação do próprio jogo de búzios, o portão de entrada para o riquíssimo universo cultural dos Orixás.

O Candomblé ensina, sobretudo, que antes de se louvarem os deuses, é imperativo louvar a própria cabeça; ninguém terá um deus forte se não estiver bem consigo mesmo, como ensina o dito tantas vezes repetidos nos Candomblés: “Ori buruku kossi orixá”, ou “Cabeça ruim não tem orixá”. Para os que se convertem, isso faz uma grande diferença em termos de auto-estima.

Na nossa sociedade das grandes metrópoles, se a construção de sentidos depende cada vez mais do desejo de grupos e indivíduos que podem escolher esta ou aquela religião, ou fragmentos delas, a relevância dos temas religiosos igualmente pode ser atribuída de acordo com preferências privadas. A religião é agora matéria de preferência, de tal sorte que até mesmo escolher não ter religião alguma é inteiramente aceitável socialmente. Assim, os deuses africanos apropriados pelas metrópoles da América do Sul não são mais deuses da tribo, impostos aos que nela nascem. Eles são deuses numa civilização em que os indivíduos são livres para escolhê-los ou não, continuar fielmente nos seus cultos ou simplesmente abandoná-los. O Candomblé pode também significar a possibilidade daquele que é pobre e socialmente marginalizado ter o seu deus pessoal que ele alimenta, veste e ao qual dá vida para que possa ser honrado e homenageado por toda uma comunidade de culto. Quando a filha-de-santo se deixa cavalgar pelo seu orixá, a ela se abre como palco o barracão em festa, para o que talvez seja a única possibilidade na sua pobre vida de experimentar uma apresentação solo, de estar no centro das atenções, quando seu orixá, paramentado com as melhores roupas e ferramentas de fantasia, há de ser admirado e aclamado por todos os presentes, quiçá invejado por muitos. E por toda a noite o cavalo dos deuses há de dançar, dançar e dançar. Ninguém jamais viu um orixá tão bonito como o seu.

Reginaldo Prandi

 


Bibliografia

ABIMBOLA, Wande. Sixteen Great Poems of Ifá. s.l.p., UNESCO, 1975.
____. Ifá, An Exposition of Ifá Literary Corpus. Ibadan, Nigéria, Oxford University Press, 1976.
ALKIMIN, Zaydan. O livro vermelho da Pomba-Gira. 3a. ed. Rio de Janeiro, Pallas, 1991. [literartura religiosa] AMARAL, Rita de Cássia e colab. A cor do axé: brancos e negros no Candomblé de São Paulo. Estudos Afro-Asiáticos, Rio de Janeiro, nº 25, dezembro, pp. 99-124, 1993.
ARCELLA, Luciano. Rio macumba. Roma, Bulzoni, 1980.
AUGRAS, Monique. O duplo e a metamorfose: A identidade mítica em comunidades nagô. Petrópolis, Vozes, 1983.
____. Quizilas e preceitos: Transgressão, reparação e organização dinâmica do mundo. In: MOURA, Carlos Eugênio Marcondes de (org.). Candomblé desvendando identidades. São Paulo, EMW Editores, 1987.
____. “De Yiá Mi a Pomba Gira: Transformações e símbolos da libido”. In: Carlos Eugênio Marcondes de MOURA (org.), Meu sinal está no teu corpo: Escritos sobre a religião dos orixas. São Paulo, Edicon & Edusp, 1989.
BARROS, José Flávio Pessoa de. O segredo das folhas: sistema de classificação de vegetais no Candomblé jêje-nagô do Brasil. Rio de Janeiro, Pallas e UERJ, 1993
BASCON, William R. Ifá Divination: Communication between Gods and Men in West Africa. Bloomington, Indiana University Press, 1969(a).
____. Sixteen Cowries: Yoruba Divination from Africa to the New World. Bloomington, Indiana University Press, 1969(b).
BASTIDE, Roger. As religiões africanas no Brasil. São Paulo, Pioneira, 1975.
____. O Candomblé da Bahia: rito nagô. São Paulo, Nacional, 1978.
BASTIDE, Roger e VERGER, Pierre. Contribuição ao estudo da adivinhação em Salvador (Bahia). In: MOURA, Carlos Eugênio Marcondes de (org.). Olóorisa: Escritos sobre a religião dos Orixás. São Paulo, Ôgora, 1981.
BERQUÓ, Elza & ALENCASTRO, Luiz Felipe de (1992). A emergência do voto negro. Novos Estudos Cebrap, São Paulo, nº 33, junho, pp. 77-88.
BITTENCOURT, José Maria. No reino dos Exus. 5a. ed. Rio de Janeiro, Pallas, 1989.[literartura religiosa] BRAGA, Júlio Santana. O jogo de búzios: Um estudo de adivinhação no Candomblé. São Paulo, Brasiliense, 1988 (a).
CABRERA, Lydia. Yemanjá y Ochún. Madrid, Forma Grafica, 1974.
CAMARGO, Candido Procopio Ferreira de. Kardecismo e Umbanda. São Paulo, Pioneira, 1991.
CAMARGO, Candido Procopio Ferreira de et alii. Católicos, protestantes, espíritas. Petrópolis, Vozes, 1993.
CAMPOS, André Gambier; OLIVEIRA, Kelly Adriano de & PRANDI, Reginaldo (1993). Lideranças negras no Brasil (mimeo). Trabalho apresentado no I Simpósio de Iniciação Científica da Universidade de São Paulo. São Paulo, USP, 1993.
CARNEIRO, Edison. Religiões negras. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1936.
CONCONE, Maria Helena Villas Boas. Umbanda, uma religião brasileira. São Paulo, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, 1987.
CONTINS, Márcia. O caso da Pombagira: Reflexões sobre crime, possessão e imagem feminina. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro, Museu Nacional, 1983.
CONTINS, Márcia & GOLDMAN, Márcio. O caso da Pombagira. Religião e violência: Uma análise do jogo discursivo entre Umbanda e sociedade. Religião e sociedade, v. 11 no. 1, Rio de Janeiro, 1985.
CORRÊA, Norton F. O batuque do Rio Grande do Sul: antropologia de uma religião afro-rio-grandense. Porto Alegre, Editora da Universidade/UFRGS, 1992.EDUARDO, Octavio da Costa. The Negro in Northern Brazil. Seatle, University of Washington Press, 1948.
FERNANDES, Florestan. A integração do negro na sociedade de classes. São Paulo, Dominus e Edusp, 1965.
FERNANDES, Gonçalves. Xangôs do Nordeste. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1937.
FERRETTI, Mundicarmo Maria Rocha. Mina, uma religião de origem africana. São Luís, SIOGE, 1985.
____ Desceu na guma: O caboclo do tambor de mina no processo de mudança de um terreiro de São Luís: a Casa Fanti-Ashanti. São Luís, SIOGE, 1993.
____. Terra de caboclo. São Luís, SECMA, 1994.
FERRETTI, Sérgio Figueiredo. Querebentan de Zomadonu: etnografia da Casa das Minas. São Luís, Editora da Universidade Federal do Maranhão, 1986.
____. Repensando o sincretismo: estudo sobre a Casa das Minas. São Paulo e São Luís, Edusp & FAPEMA, 1995.
FONTENELLE, Aluizio. Exu. Rio de Janeiro, Espiritualista, s.d. [literartura religiosa] FREITAS, Byron Torres de. O jogo dos búzios. 9a.ed. Rio de Janeiro, Editora Eco, s.d. [literatura religiosa] FRIGERIO, Alejandro & CAROZZI, María Julia. “Las religiones afro-brasileñas en Argentina”. In: ORO, Ari Pedro (org). As religiões afro-brasileiras no Cone Sul. Cadernos de Antropologia , nº 10. Porto Alegre, UFRGS, 1993.
FRY, Peter & HOWE, Gary Nigel. Duas respostas à aflição: Umbanda e pentecostalismo. Debate e crítica, no. 6: 75-94, 1975.
GLEASON, Judith. A Recitation of Ifa, Oracle of the Yoruba. New York, Grossman Publishers, 1973.
HASENBALG, Carlos A. & SILVA, Nelson do Valle. Notas sobre desigualdade racial e política no Brasil. Estudos Afro-Asiáticos, Rio de Janeiro, nº 25: 141-160, dezembro de 1993.
HERSKOVITS, Melville J. The Southernmost Outpost of the New World Africanisms. American Anthropologist. v. 45 (4): 495-590, 1943.
IDOWU, E. Bolaji. Olodumare: God in Yoruba Belief. Essex, Longman Nigeria, l982.
LANDES, Ruth. A cidade das mulheres. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1967.
LÉPINE, Claude. Os estereótipos da personalidade no Candomblé nagô. In: MOURA, Carlos Eugênio Marcondes de (org.). Olóorisa: Escritos sobre a religião dos Orixás. São Paulo, Ôgora, 1981.
LÉPINE, Claude. Análise formal do panteão nagô. In: MOURA, Carlos Eugênio Marcondes de (org.). Bandeira de Alairá: Outros escritos sobre a religião dos Orixás. São Paulo, Nobel, 1982.
LEITE, Fábio. Tradições e práticas religiosas negro-africanas na região de São Paulo. In: Culturas africanas (Documento da Reunião de Peritos sobre As sobrevivências das tradições religiosas africanas nas Caraíbas e na América Latina. São Luís do Maranhão, 1985). São Luís, UNESCO, 1986.
LIMA, Vicente. Xangô. Recife, Centro de Cultura Afro-Brasileiro e Jornal do Comércio, 1937.
LIMA, Vivaldo da Costa. O conceito de “nação” dos Candomblés da Bahia. Afro-Ásia. Salvador, no. 12: 65-90, 1976.
____. A família-de-santo nos Candomblés jeje-nagôs da Bahia: Um estudo de relações intra-grupais. Salvador, Curso de Pós-Graduação em Ciências Humanas da UFBa, 1977.
____. Os obás de Xangô. In: MOURA, Carlos Eugênio Marcondes de (org.). Olóorisa: Escritos sobre a religião dos Orixás. São Paulo, Ôgora, 1981.
____. Nações-de-Candomblé. In: Encontro de nações de Candomblé. Salvador, Centro de Estudos Afro-Asiáticos da UFBa e Ianamá, 1984.
LUCAS, J.Olumide. The Religion of the Yorubas. Lagos, C.M.S. Bookshop, 1948.
LUCKMANN, Thomas. Social Reconstruction of Transcendence. Secularization and Religion: The Persisting Tension. Lausanne, Conference Internationale de Sociologie des Religions ( 19eme. Conference, Tubingen, 1987), 1987.
MACHADO, Maria das Dores Campos (1994). Adesão religiosa e seus efeitos na esfera privada: um estudo comparativo dos carismáticos e pentecostais do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, IUPERJ, tese de doutorado em Sociologia.
MAGGIE, Yvonne. Medo do feitiço: Relações entre magia e poder no Brasil. Rio de Janeiro, Arquivo Nacional, 1992.
MARIANO, Ricardo. Neopentecostalismo: os pentecostais estão mudando. Dissertação de mestrado em sociologia. São Paulo, FFLCH/USP, 1995.
MARIANO, Ricardo & PIERUCCI, Antônio Flávio (1992). O envolvimento dos pentecostais na eleição de Collor. Novos Estudos Cebrap, São Paulo, nº 34, novembro. pp. 92-106.
MAZZOLENI, Gilberto. Maghi e Messia del Brasile. Roma, Bulzoni Editore, 1993.
MAUPOIL,. La géomancie à l’anciene Côte des Esclaves. Paris, Institut d’Ethnologie, 1961.
MCKENZIE, P.R. O culto aos orisa entre os yoruba: Algumas notas marginais relativas a sua cosmologia e a seus conceitos de divindade. In: MOURA, Carlos Eugênio Marcondes de (org.). Candomblé desvendando identidades. São Paulo, EMW Editores, 1987.
MENDONÇA, Antônio Gouvêa. Um panorama do protestantismo atual. In: Landim, Leilah (org), Sinais dos tempos: tradições religiosas no Brasil. Rio de Janeiro, ISER, 1989.
MEYER, Marlyse. Maria Padilha e toda sua quadrilha: de amante de um rei de Castela a Pomba-Gira de Umbanda. São Paulo, Duas Cidades, 1993.
MOLINA, N.A.. Pontos cantados e riscados dos Exus e Pomba Gira. 3a. ed. Rio de Janeiro, Editora Espiritualista, s.d. [literartura religiosa] MOTTA, Roberto. Renda, emprego, nutrição e religião. Ciência & trópico. Recife, 5(2): 121-153, 1977.
____. Cidade e devoção. Recife, Edições Pirata, 1980.
____. Bandeira de Alairá: A festa de Xangô-São João e problemas do sincretismo. In: MOURA, Carlos Eugênio Marcondes de (org.). Bandeira de Alairá: Outros escritos sobre a religião dos Orixás. São Paulo, Nobel, 1982.
____ (org). Os afro-brasileiros: anais do III Congresso Afro-Brasileiro. Recife, Massangana, 1985.
____. Comida, família, dança e transe: Sugestões para o estudo do xangô. Revista de Antropologia, São Paulo, nº 25: 147-157, 1982.
____. Edjé balé: Alguns aspectos do sacrifício no xangô pernambucano. Tese de concurso para professor titular de antropologia. Recife, UFPe, 1991.
MOURA, Carlos Eugênio Marcondes de. Candomblé, xangô, tambor-de-mina, batuque, pará e babassuê: Bibliografia prévia. In: MOURA, Carlos Eugênio Marcondes de (org.). Bandeira de Alairá: Outros escritos sobre a religião dos Orixás. São Paulo, Nobel, 1982.
MOURA, Carlos Eugênio Marcondes de. Orixás, voduns, inquices, caboclos, encantados e loas: Bibliografia complementar. In: MOURA, Carlos Eugênio Marcondes de (org.). Candomblé desvendando identidades. São Paulo, EMW Editores, 1987.
MOURA, Carlos Eugênio Marcondes de. A religião dos Orixás, voduns e inquices no Brasil, Cuba, Estados Unidos, Granada, Haiti, República Dominicana, Trinidad-Tobago, Angola, Benin e Nigéria: Bibliografia complementar. In: MOURA, Carlos Eugênio Marcondes de (org.). Meu sinal está no teu corpo: Escritos sobre a religião dos Orixás. São Paulo, Edicon e Edusp, 1989.
MOURA, Roberto. Tia Ciata e a pequena África no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, Funarte, 1983.
NEGRÃO, Lísias Nogueira. O pentecostalismo no Brasil. SEDOC, v. 12, col. 1107-1113, maio 1980.
____. Umbanda: entre a cruz e a encruzilhada. Tempo social, revista de sociologia da USP. São Paulo, vol. 5, nos. 1 e 2, pp.113-122, 1984.
NOGUEIRA, Oracy, Preconceito racial de marca e preconceito racial de origem. In: BASTIDE, Roger & FERNANDES, Florestan (orgs.), Relações raciais entre negros e brancos em São Paulo. São Paulo, Anhembi e Unesco, 1955.
OJU-OBÁ, Bablawô. O verdadeiro jogo de búzios. 4a. ed. Rio de Janeiro, Editora Eco, s.d. [literatura religiosa] OMOLUBÁ, Babalorixá. Maria Molambo na sombra e na luz. 5a. ed. Rio de Janeiro, Pallas, 1990. [literartura religiosa] ORO, Ari Pedro. “As religiões afro-brasileiras: religiões de exportação”. In: ORO, Ari Pedro (org). As religiões afro-brasileiras no Cone Sul. Cadernos de Antropologia , nº 10. Porto Alegre, UFRGS, 1993.
_____. As religiões afro-brasileiras do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Editora da Universidade/UFRGS, 1994.
ORTIZ, Renato. A morte branca do feiticeiro negro. Petrópolis, Vozes, 1978.
PEMBERTON, John. Eshu-Elegbara: The Yoruba Trickster God. African Arts, IX(1): 20-27, 1975.
PEREIRA, João Baptista Borges. Aspectos do comportamento político do negro em São Paulo. Ciência e Cultura, São Paulo, vol. 34, nº 10, pp. 1286-1294, 1982 (a).
____. Parâmetros ideológicos de projeto político de negros em São Paulo. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, São Paulo, nº 24, pp. 53-61, 1982 (b).
____. Encontros com Pixinguinha. “Folhetim”, Folha de S.Paulo, 10 de julho de 1983.
PI HUGARTE, Renzo. “Las religiones afro-brasileñas en el Uruguay”. In: ORO, Ari Pedro (org). As religiões afro-brasileiras no Cone Sul. Cadernos de Antropologia , nº 10. Porto Alegre, UFRGS, 1993 (a).
____. “Las religiones afro-brasileñas en el Uruguay”. In: ORO, Ari Pedro, org. As religiões afro-brasileiras no Cone Sul. Cadernos de Antropologia , nº 10. Porto Alegre, UFRGS, 1993 (b).
PIERUCCI, Antônio Flávio.Democracia, igreja e voto: o envolvimento dos padres de paróquia na eleição de 1982. São Paulo, USP, tese de doutorado em Sociologia, 1984.
____. Representantes de Deus em Brasília: a bancada evangélica na Constituinte. In: Ciências sociais hoje, 1989. São Paulo, Vértice e ANPOCS, 1989.
PIERUCCI, Antônio Flávio de Oliveira, CAMARGO, Candido Procopio Ferreira de e SOUZA, Beatriz Muniz de. Comunidades eclesiais de base. In: SINGER, Paul e BRANT, Vinícius Caldeira (orgs.). São Paulo: O povo em movimento. 4a. ed. Petrópolis, Vozes, 1983.
PIERUCCI, Antônio Flávio & PRANDI, Reginaldo. Religiões e voto: a eleição presidencial de 1994. Opinião pública, Campinas, v. 3, nº 1, pp. 20-44, maio de 1995.
PINTO, Altair. Dicionário da Umbanda. Rio de Janeiro, Editora Eco, 1971.
PINTO, Roquette (org). Estudos Afro-Brasileiros. Rio de Janeiro, Ariel, 1935.
POLLAK-ELTZ, Angelina. Umbanda en Venezuela. Caracas, Fondo Editorial Acta Cientifica, 1993.
PORDEUS Jr., Ismael. A magia do trabalho: Macumba cearense e festas de possessão. Fortaleza, Secretaria da Cultura e Desporto do Estado do Ceará, 1993.
____. Lisboa de caso com a Umbanda. Trabalho apresentado no GT Religião e sociedade, no XIX Encontro Anual da ANPOCS. São Paulo, ANPOCS, 1995.
PORTUGAL, Fernandes. O jogo de búzios. Rio de Janeiro, Tecnoprint, 1986 [literatura religiosa].
PRANDI, Reginaldo. Catolicismo e família: transformação de uma ideologia. São Paulo, CEBRAP e Brasiliense., 1975.
____. O trabalhador por conta própria sob o capital. São Paulo, Símbolo, 1977.
____. Os Candomblés de São Paulo: a velha magia na metrópole nova. São Paulo, Hucitec e Edusp, 1991. (a)
____. Cidade em transe: religiões populares no Brasil no fim do século da razão. Revista USP, São Paulo, nº 11, out-dez, pp: 65-70, 1991 (b).
____. Adarrum e empanadas: uma visita às religiões afro-brasileiras em Buenos Aires. Estudos Afro-Asiáticos, Rio de Janeiro, nº 21, p. 157-165, dez. 1991 (c).
____. Perto da magia, longe da política. Novos Estudos Cebrap, São Paulo, nº 34, novembro, pp. 81-91, 1992.
____. Città in transe: culti di possessione nella metropoli brasiliana. Roma, Edizioni Acta, 1993.
PRANDI, Reginaldo e PIERUCCI, Antônio Flávio de Oliveira. Assim como não era no princípio: religião e ruptura na obra de Procopio Camargo. Novos estudos Cebrap. São Paulo, no. 17: 29-35, maio, 1987.
RODRIGUES, Raimundo Nina. O animismo fetichista dos negros bahianos. 2a. ed. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1935.
QUEIROZ, Maria Isaura Pereira de. Cultura, sociedade rural, sociedade urbana no Brasil. São Paulo, LTC e Edusp, 1978.
QUERINO, Manuel. Costumes africanos no Brasil. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1938.
____. A raça africana. Salvador, Progresso, 1955.
RAMOS, Arthur. O folclore negro do Brasil. Rio de Janeiro, Casa do Estudante do Brasil, 1935.
____. Introdução à antropologia brasileira. 2 vols. Rio de Janeiro, Edições da C.E.B., 1943.
RIBEIRO, Carmen. Religiosidade do índio brasileiro no Candomblé da Bahia: Influências africanas e européias. Afro-Ôsia, Salvador, no. 14: 60-80, dezembro, 1983.
RIBEIRO, José. O jogo de búzios. 4a. ed. Rio de Janeiro, Polo Mágico, 1985 [literatura religiosa].
____. Eu, Maria Padilha. Rio de Janeiro, Pallas, 1991. [literartura religiosa] RIBEIRO, René. Cultos afro-brasileiros do Recife: Um estudo de ajustamento social. Recife, Instituto Joaquim Nabuco, 1952.
RIO, João do (Paulo Barreto). As religiões no Rio. Rio de Janeiro, H.Garnier, 1906.
RODRIGUES, Raimundo Nina. O animismo fetichista dos negros bahianos. 2a. ed. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1935.
____. Os africanos no Brasil. 4a. ed. São Paulo, Nacional, 1976.
ROLIM, Francisco Cartaxo. Pentecostais no Brasil: Uma interpretação sócio-religiosa. Petrópolis, Vozes, 1985.
SANCHIS, Pierre. As tramas sicréticas da história. Revista Brasileira de Ciências Sociais. São Paulo, nº 28, pp. 123-130, junho de 1995.
SANTOS, Deoscoredes Maximiliano dos (Mestre Didi). História de um terreiro nagô. 2a. ed. aumentada. São Paulo, Max Limonade, 1988.
SANTOS, Jocelio Teles. O caboclo no Candomblé. Padê, Salvador, no. 1: 11-21, julho, 1989.
____. O dono da terra: A presença do caboclo nos Candomblés baianos. Tese de Mestrado em Antropologia. São Paulo, Universidade de São Paulo, 1992.
SANTOS, Juana Elbein dos. Os nagô e a morte. 4a. ed. Petrópolis, Vozes, 1986.
SCHETTINI, Teresinha Bernardo. A mulher no Candomblé e na Umbanda. Dissertação de mestrado em Antropologia (mimeo). São Paulo, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 1986.
SCHWARCZ, Lilia Moritz (1993). O espetáculo das raças. São Paulo, Companhia das Letras.
SEGATO, Rita Laura. A Folk Theory of Personality Types: Gods and their Symbolic Representation by Members of the Sango Cult in Recife, Brazil. Antropology PhD Thesis (mimeo). Belfast, The Queen’s University, 1984.
SENNETT, Richard. O declínio do homem público: As tiranias da intimidade. São Paulo, Companhia das Letras, 1988.
SILVA, Ornato Jose da. Ervas, raízes africanas. Rio de Janeiro, edição do autor, caixa postal 7.046, 1988.
SKIDMORE, Thomas E. EUA bi-racial vs. Brasil multirracial: o contraste ainda é válido? Novos Estudos Cebrap, São Paulo, nº 34, novembro, pp. 49-62, 1992.SOUZA, Beatriz Muniz de. A experiência da salvação: Pentecostais em São Paulo. São Paulo, Duas Cidades, 1969.
SOUZA, Laura Mello e. O diabo e a terra de Santa Cruz. São Paulo, Companhia das Letras, 1986.
SOUZA, Nelson Rosário de (1993). A igreja católica progressista e a produção do militante. São Paulo, USP, dissertação de mestrado em sociologia.
SPARTA, Francisco. A dança dos Orixás. São Paulo, Herder, 1970.
TEIXEIRA, Maria Lina Leão. Lorogun: identidades sexuais e poder no Candomblé. In: MOURA, Carlos Eugênio Marcondes de (org.). Candomblé desvendando identidades. São Paulo, EMW Editores, 1987.
THOMAS, Keith. Religion and the Decline of Magic. New York e London, Penguin, 1985.
TRINDADE, Liana. Exu, poder e perigo. São Paulo, Ícone, 1985.
TRINDADE-SERRA, Ordep J. Na trilha das crianças: Os erês num terreiro angola. Dissertação de mestrado em Antropologia Social (mimeo). Brasília, Universidade de Brasília, 1978.
VALENTE, Waldemar. Sincretismo religioso afro-brasileiro. 3a. ed. São Paulo, Nacional, 1977.
VARANDA, Jorge Alberto. O destino revelado no jôgo de búzios. Rio de Janeiro, Editora Eco, s.d. [literatura religiosa] VELHO, Yvone Maggie Alves. Guerra de Orixás: Um estudo de ritual e conflito. Rio de Janeiro, Zahar, 1975.
VERGER, Pierre F. Notes sur le culte des orisha et vodun à Bahia, la Baie de Tous les Saints, au Brésil et à l’ancienne Côte des Esclaves en Afrique. Dakar, I.F.A.N, 1957.
VERGER, Pierre F. Notion de personne et lignée familiale chez les Yoruba. In: CNRS. La notion de persone en Afrique noire. Paris, Centre National de la Recherche Scientific, 1973.
VERGER, Pierre F. Lendas africanas dos Orixás. Salvador, Corrupio, 1985 (a).
VERGER, Pierre F. Orixás: Deuses iorubás na África e no Novo Mundo. 2a. ed. São Paulo, Corrupio e Círculo do Livro, 1985 (b).
WALLIS, Roy. New Religions and the Potential for Word Re-Enchantment: Religion as Way of Life, Preference and Commodity. Secularization and Religion: The Persisting Tension. Lausanne, Conference Internationale de Sociologie des Religions ( 19eme. Conference, Tubingen, 1987), 1987.
WARREN, Donald. A terapia espírita no Rio de Janeiro. Religião e sociedade, Rio de Janeiro, 11(3): 56-83, dezembro, 1984.
WEBER, Max. Sociology of Religion. Boston, Beacon Press, 1963.
WEBER, Max. Economía y sociedad. 2 tomos. México, Fondo de Cultura Económica, 1969.
WEBER, Max. A psicologia social das religiões mundiais. In: Ensaios de sociologia. Rio de Janeiro, Zahar, s.d.
ZIEGLER, Jean. O poder africano. São Paulo, Difusão Européia, 1972.

Fonte: www.fflch.usp.br

2015-12-22

Tags:

0 Comentários

Envie uma Resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*

CONTATE-NOS

Não estamos por aqui agora. Mas você pode nos enviar um e-mail e nós retornaremos para você, o mais rápido possível.

Enviando

© Copyright Ya Bianca 2018. | Desenvolvido por Solução em Marketing  Criação de site

Olá! Entre em contato comigo por WhatsApp para fazer seus comentários, dar sugestões e esclarecer dúvidas.

Fale comigo no WhatsApp

Fazer login com suas credenciais

Esqueceu sua senha?